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Mário Centeno: Banif teve “provavelmente o resgate mais caro da Europa”

Mário Centeno diz que o resgate ao Banif foi “provavelmente o mais caro da Europa”, pois foi resgatado por 2,3 mil milhões de euros, apesar de estar na sétima posição entre os bancos em Portugal.
10 Abril 2019, 15h20

Semanas depois de o Governo de António Costa ter iniciado funções em novembro de 2015, foi concedido um resgate de 2,3 mil milhões de euros ao Banco Internacional do Funchal (Banif). Em declarações ao jornal britânico ‘Financial Times’, o ministro das Finanças, Mário Centeno, garante que “este foi, provavelmente, ao resgate mais caro da Europa”, dado que o banco era apenas o sétimo maior banco no país na altura.

Em 2016, foi a vez da Caixa Geral de Depósitos ser resgatada por 3,9 mil milhões de euros. Este resgate fez parte de um plano de recapitalização de cinco mil milhões de euros ao maior banco português governado pelo Estado. “Este foi um ponto de estrangulamento”, revelou Centeno, que disse ao ‘Financial Times’ que três quartos dos ativos bancários foram mantidos em credores que não se encontravam em conformidade. “Não pode haver crescimento económico num país que não tem um setor financeiro estável”, esclareceu o responsável pelas Finanças nacionais no balanço que fez ao FT sobre os resgates bancários ao setor.

A queda do Banco Espírito Santo (BES), em 2014, deixou muitos portugueses sem as poupanças de vida, e ainda hoje se sentem efeitos dos prejuízos no sistema bancário, sendo que o banco foi resgatado pelo Bando de Portugal.

No entanto, a crise bancária não se deixa ficar pelo BES, Banif ou Caixa Geral de Depósitos. O Novo Banco, recuperado do colapso do BES, apresentou perdas de 2,3 mil milhões de euros em 2017 e de 1,4 mil milhões em 2018. Ainda que apresente uma diminuição significativa, Mário Centeno foi obrigado a guardar 1,1 mil milhões de euros, em vez dos perspetivados 400 milhões de euros, caso se verifique a necessidade de uma nova injeção de capital pública.

Ainda que o Novo Banco tenha sido adquirido pela Lone Star em 2017, o Governo continua a suportar o banco através de empréstimos estatais do Fundo de Resolução. O ministro das Finanças afirmou que estes empréstimos não têm qualquer custo para o contribuinte, nem o apoio adicional para evitar que o défice orçamental seja “próximo de zero” em 2019.

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