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Mário Centeno: “O investimento não é como o «Anita vai às compras»”

Daqui a duas semanas, aquando da apresentação do Programa de Estabilidade (PE), o Governo vai manter a meta do défice em 0,2% e prever 1.100 milhões de euros para o Novo Banco.
Cristina Bernardo
2 Abril 2019, 08h30

Daqui a duas semanas, aquando da apresentação do Programa de Estabilidade (PE), o Governo vai manter a meta do défice em 0,2% e prever 1.100 milhões de euros para o Novo Banco, disse, em entrevista ao “Público”, o ministro das Finanças. Mário Centeno considera que o plano vai “demonstrar que a economia portuguesa atingiu uma posição de equilíbrio nas contas públicas”.

Ainda assim, o governante salienta ao jornal que esse equilíbrio não significa que o país se possa esquecer de que tem uma dívida pública superior a 120% do PIB. “Felizmente esse valor decresceu quase 10 pontos percentuais nos últimos anos, mas o facto de o valor ser ainda elevado, faz com que, embora o esforço orçamental que foi feito até agora se reduza, a situação orçamental de equilíbrio e de geração de saldos primários positivos significativos tenha de se manter”, explicou.

Questionado sobre por que motivo o investimento público não cresceu 40%, como estava previsto no Orçamento do Estado, o responsável pela pasta das Finanças lembrou que está a crescer há dois anos. “Nesta legislatura, a percentagem de investimento que é executada face àquela que estava orçamentada no respetivo orçamento, tem sido, em média, da ordem dos 86,5%. Na legislatura anterior, o valor foi de 84%. Ou seja, na legislatura anterior, deixou-se mais investimento orçamentado por executar”, argumentou o também presidente do Eurogrupo.

Justificando a razão pela qual considera normal o investimento abaixo do previsto, Mário Centeno exemplificou: “O Governo só pode gastar aquilo que o Parlamento autoriza. O investimento não é como o «Anita vai às compras», não vamos com o Pantufa, com um cesto, comprar investimento. O investimento tem concursos e às vezes os concursos ficam desertos, tem acontecido durante este ano, porque ninguém faz propostas abaixo do preço que a Administração Pública coloca como valor máximo de licitação”.

“Podemos fazer um programa que é pela primeira vez um programa de estabilidade, ou seja, vai demonstrar que a economia portuguesa atingiu uma posição de equilíbrio nas contas públicas que lhe permite encarar os próximos quatro anos numa noção de estabilidade no seu quadro orçamental”, referiu, em declarações ao diário do grupo Sonae.

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