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Mário Centeno quer ver o BCE “trazer os juros para perto de 2%”

“O investimento está muito baixo na zona euro e é aí que deveríamos centrar a nossa atenção”, garantiu o governador do Banco de Portugal no evento CNN International Summit.
25 Novembro 2024, 16h55

O Banco Central Europeu deverá fazer regressar os juros a “algo próximo dos 2%”, de acordo com Mário Centeno. Para tal, apela a um corte de 50 pontos base na reunião do BCE agendada para dezembro.

O governador do Banco de Portugal não tem dúvidas de que, mantendo a política atual, “vamos certamente trazer as taxas de juro para mais perto” desse nível.

As declarações foram feitas na CNN International Summit, que decorre em Lisboa e na qual Centeno foi questionado sobre temas ligados à política orçamental e monetária, tendo apelado ao alivio da política monetária.

De acordo com o próprio, “a economia não está tão forte como estaria se não tivesse que recuar 50 pontos base nas taxas de juro”, assinala, além de deixar um alerta. “O investimento está muito baixo na zona euro e é aí que deveríamos centrar a nossa atenção”, garantiu, antes de abordar o tema da subida dos preços ao consumidor.

“A inflação está tão próxima de 2% como pode estar” e, neste contexto, os juros devem baixar já 50 pontos em dezembro, salienta.

Em outubro, o governador do BdP admitiu que o BCE pode vir a realizar um corte mais ambicioso das taxas de juro na próxima reunião.

Conhecido por ser um dos ‘pombos’ mais proeminentes do BCE, que defende uma política monetária mais expansionista, Mário Centeno tem sido bastante vocal na necessidade de uma descida mais acelerada dos juros para promover uma aterragem suave (soft landing) da economia europeia.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou na semana passada que a decisão de cortar as taxas de juro foi unânime no banco central e que o desempenho económico foi mais débil que o esperado.

Lagarde disse ainda que a evolução económica tem ficado abaixo do previsto e que se espera a divulgação de mais dados económicos para tomar as decisões de política monetária reunião a reunião, reiterando que não há uma trajetória de taxas determinada previamente.

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