Mário Centeno disse esperar uma maior consolidação no sector bancário de Portugal. “Ao contrário de muitos outros mercados da Europa, o nosso sector bancário conseguiu atrair investimentos além-fronteiras de muitas jurisdições, nos últimos dois anos”, desde China, Angola, EUA e Espanha”, refere o Ministro.
“Para o futuro (concentração bancária) continuará a acontecer, é minha opinião”, afirmou ainda à Reuters.
Os analistas especularam que o Novo Banco, controlado pelo fundo de private equity dos EUA. Lone Star, poderia eventualmente ser apanhado numa onda de consolidação em Portugal, mas numa entrevista em julho, o ‘chairman’ Byron Haynes apontou para o modelo de negócios independente do banco, segundo a agência noticiosa.
Centeno elogiou ainda a redução do malparado do Novo Banco e disse que “é natural que a avaliação do banco melhore e o mercado sinta algum apetite. Para mim, isso é natural.”. O Novo Banco, 75% detido pela Lone Star e 25% pelo Fundo e Resolução, tem vindo a reduzir o stock de crédito malparado; tem vindo a vender imóveis e activos não core, de modo a cumprir os compromissos de reestruturação acordados com Bruxelas.
Mário Centeno disse ainda que Portugal está a acompanhar cuidadosamente as consequências das alegações contra a multimilionária angolana Isabel dos Santos, que está a vender várias participações no país, na sequência de reportagens e investigações sobre o seu império empresarial, tanto em Angola como em Portugal.
“É um assunto muito sério e não queremos que as preocupações com o sector financeiro em Portugal sejam reabertas após um período tão difícil de tempo que passámos recentemente”, disse Centeno.
“Pedi a todos os supervisores em Portugal que me fornecessem todas as informações, estamos a trabalhar juntos para garantir que não há falhas no processo, nas instituições, empresas e no sector financeiro portugueses. Vamos agir de acordo, o que envolve, é claro, uma dimensão judicial, se for esse o caso”.
Isabel dos Santos anunciou que vai vender a sua participação de 42,5% no português EuroBic ao espanhol Abanca e quer vender sua participação de 65% na empresa de engenharia Efacec.
“Estamos a monitorizar de perto os processos de mudança de propriedade desses investimentos, para que sejam transparentes, eficazes e não tenham impacto negativo em nossa economia”, acrescentou Mário Centeno.
Já enquanto presidente do Eurogrupo disse que junta todos ministros de finanças da zona do euro, Centeno disse que “em princípio” é a favor de apenas um mandato, mas que ainda não decidiu se concorrerá a um segundo mandato. O seu mandato de 2,5 anos termina em julho. No mesmo mês em que finda o mandato do Governador do Banco de Portugal.
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