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Mário Nogueira admite “pensar sobre futuro” no PCP e não descarta desfiliar-se

Líder da Fenprof, incomodado com a posição do PCP e BE, que vão votar contra a aprovação da recuperação integral do tempo de serviço dos docentes, assumiu estar magoado: “O que mói é quando [insultos e ataques] vêm de pessoas mais próximas, como o meu camarada Carlos Carvalhas, e isso põe-nos a pensar sobre o futuro”.
8 Maio 2019, 10h24

A batalha dos professores em torno da contagem integral do tempo da carreira docente abriu uma polémica entre os partidos com assento na Assembleia da Republica, sendo que o anúncio do PCP de que iria votar contra a aprovação dessa recuperação integral na sexta-feira, 10 de maio, poderá levar a que Mário Nogueira, militante comunista e líder sindical da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), abandone o partido liderado por Jerónimo de Sousa, noticia o “Público” esta quarta-feira, 8 de maio.

Em declarações ao matutino, Mário Nogueira disse não ter gostado da posição assumida pelo partido de que é militante, depois de ter apelado, numa carta aberta, a todo os líderes partidários que respeitem “os compromissos assumidos junto dos docentes”, na terça-feira. O sindicalista apelou ainda, na segunda-feira, ao PCP e BE que se abstivessem na votação proposta pelos partidos da direita, depois de conhecidos os recuos do PSD e o CDS nesta questão, quando numa primeira fase colocaram-se ao lado dos professores. Mário Nogueira desejava que a contagem do tempo de serviço fosse feita de acordo com o quadro económico do país. Seria a vitória possível. O “melhor que nada”.

Mas a decisão do PCP e BE foi contrária ao apelo. Ambos vão votar contra e Mário Nogueira mostrou-se magoado. Primeiro por ter sabido das decisões pela comunicação social, segundo, por ter visto na declaração do antigo secretário-geral do PCP um insulto e um ataque. “Quando se aceita estar numa vida mais pública, consegue-se muitas vezes viver com os insultos e ataques que muitas vezes vêm de onde já se espera. Não é isso que mata. O que mói é quando vêm de pessoas mais próximas, como o meu camarada Carlos Carvalhas, e isso põe-nos a pensar sobre o futuro”, resumiu Mário Nogueira ao “Público”.

Mário Nogueira referiu-se às declarações de Carlos Carvalhas à TSF, na terça-feira à tarde, em que o antigo líder comunista confessou só entender o apelo direto feito ao BE e ao PCP  “pelo desespero”, dizendo mesmo que “a certa altura, as pessoas agarram-se a qualquer coisa”. Sobre a posição do PCP, Mário Nogueira não descarta a possibilidade de desfiliar-se do PCP, comentando, contudo, que ainda não teve “tempo para pensar nisso”.

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