A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) reúne-se na sexta-feira e no sábado em congresso, em Lisboa, com um único candidato à liderança, o atual secretário-geral, Mário Nogueira, que, em entrevista à Lusa, garantiu que o mandato de três anos para o qual será eleito será o último.
“Sim, acho que sim, acho que não vão ser outros [três anos], vão ser estes. Penso que, e agora digo-o sem outro tipo de subterfúgio, na tentando fugir da resposta, claramente vai ser essa a decisão. Teria sido meu o último mandato. Na minha avaliação, teria espaço para mais um e este será o último mandato enquanto secretário-geral da Fenprof”, disse.
A decisão de se recandidatar chegou a agradecê-la ao PS e ao primeiro-ministro, António Costa, quando no início de maio o parlamento confirmou a reviravolta na contagem do tempo de serviço dos professores, que chegou a estar dada como garantida na totalidade – os nove anos, quatro meses e dois dias – depois de a comissão parlamentar de educação ter votado um texto final para aprovação em plenário que assegurava esse objetivo dos docentes.
O dia da votação final reconhece que “foi duro”, para si e para os professores, mas que não foi “uma desilusão”, porque os professores já sabiam o que iria acontecer, depois “da cambalhota” do PSD e do CDS-PP, que insistiram em recuperar normas relativas a sustentabilidade financeira que a esquerda se recusava a aprovar e que tinham deixado cair em sede de especialidade.
Mário Nogueira recusa falar em vitórias ou derrotas sobre este desfecho, e prefere sublinhar que o volte-face deixou os professores “a meio de um processo”, uma vez que garantem que não vão desistir de lutar pela recuperação integral do tempo de serviço.
Esse meio caminho que falta percorrer pesou na decisão de se recandidatar, assim como o apoio declarado das direções dos sindicatos que integram a federação, e garantiu à Lusa que a Fenprof não será “trampolim para coisas acima”.
“Não quero ser dirigente de nenhum partido, não quero ser dirigente de uma central sindical”, disse.
A decisão, garantiu Mário Nogueira, é a depois de terminado o mandato, regressar à sua escola, sem margem para discussão ou reconsiderações.
“Completamente, isso nem tem discussão, está completamente posto de parte [assumir outros cargos sindicais ou políticos]. Eu, saindo daqui o meu espaço será o da minha escola e mais nada, portanto, não tem sequer cabimento ou não tem sequer espaço para reflexão minha em relação a isso. Portanto, estou aqui como professor, […] a única coisa que é minha profissão é ser professor e é assim que sou sindicalista e dirigente sindical do setor. Depois, quando acabar, o meu mandato é a minha escola, que é ali em frente à minha casa, em Coimbra”, disse.
Voltar à escola não significará necessariamente voltar a dar aulas, pelo menos de início, reconhecendo que depois de anos afastado do ensino vai precisar de um período de adaptação.
“Mas isso é uma coisa que é absolutamente normal. Com uma certeza: é que, ao contrário do que acontece com alguns políticos, nomeadamente deputados, nós não vamos pedir nenhum subsídio de reinserção. Vamos mesmo para o local de trabalho voltar a trabalhar”, disse.
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