Mário Palhares, principal acionista do Banco BNI, está em vias de regressar ao cargo de presidente da comissão executiva (CEO) do banco, que havia deixado para assumir o de presidente do conselho de administração, avança o jornal online angolano Luanda Post.
Nos órgãos sociais do banco angolano que é dono do BNI Europa em Portugal, o atual vice-presidente do Conselho de Administração, José Garcia Bayol, deverá passara a Chairman, segundo o jornal angolano.
A Newsletter África Intelligence revelou recentemente que Sandro Africano, até agora CEO, irá passar a vice-presidente da comissão executiva, cita o Luanda Post.
“Face às dificuldades do BNI, e económicas e financeiras do país em geral, o banco tem previsto o despedimento de cerca de 350 trabalhadores”, adianta o mesmo jornal online que cita fontes.
O BNI tem em Portugal o BNI Europa, que chegou a estar à venda, tendo a entidade chinesa que estava na corrida recuado.
Mário Palhares acordou também a compra de mais de 30% do Finibanco Angola ao Montepio, mas a operação aguarda desenvolvimentos. Segundo o relatório e contas do Banco Montepio, a sua participada Montepio Holding SGPS, “iniciou em maio de 2019, negociações com acionistas do Banco de Negócios Internacional (Angola) com vista a uma fusão entre o Finibanco Angola e o BNI (Angola), mantendo assim a intenção de não consolidação desta participação, nos termos da política contabilística aplicável”.
O mesmo documento diz que “a alienação dos 30,57% do Finibanco Angola foi efetuada sem existir qualquer pagamento associado. Os direitos associados à detenção das ações ficaram na posse do Grupo, incluindo o direito de voto e o direito ao dividendo”. Em resposta Mário Palhares já veio a público explicar que “nos termos do Acordo inicial com o Montepio, o prazo de pagamento era de 8 anos, devendo terminar em 2023”. O acionista do BNI chegou mesmo a dizer que apresentou, “em Fevereiro do corrente ano, uma proposta de liquidação antecipada que não foi aceite pelo Montepio por razões imputáveis unicamente àquela entidade”. Na altura o Banco Montepio não quis comentar “essa proposta”.
Tal como outros bancos portugueses, o Montepio encontra-se sob pressão do Banco Central Europeu para reduzir a exposição a mercados de elevado risco, como é o caso de Angola e de Moçambique, diz o Luanda Post.
Constituído por escritura pública em 2006, o BNI tem como maior acionista Mário Moreira Palhares. O antigo vice-governador do Banco Nacional de Angola (entre 1991 e 1997) conta com uma posição de 28,28%.
O Luanda Post diz que na lista de acionistas de referência constam ainda o general João de Matos, antigo chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas Angolanas, com 11,63%, e Ivan Leite de Morais, filho de José Pedro de Morais Júnior, ex-ministro das Finanças e actual presidente do Conselho de Administração do angolano Banco Keve, com 5,29%.
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