Com uma produção de 600 toneladas estimada para o próximo ano, o equivalente a 2,5 milhões de euros, a Marismar nasceu para dar continuidade à produção da Marisland, empresa que formalizou em junho do ano passado uma parceria com o grupo Jerónimo Martins na área da distribuição. Para os próximos dois anos, a meta é ambiciosa: chegar às mil toneladas de peixe produzido.
Em 2016, a constituição da Marismar veio dar seguimento à produção da Marisland, em atividade há dez anos na Madeira. Carlos Batista é sócio-gerente de ambas as empresas. A primeira tem um protocolo de exploração de uma maternidade para produção de alevinos, a segunda encarrega-se da engorda destes peixes juvenis e da sua colocação no mercado.
Numa primeira fase, o investimento da Marismar foi de aproximadamente quatro milhões de euros, com a criação de sete postos de trabalho diretamente ligados à produção. Os restantes – distribuição e processamento – são assegurados em regime de ‘outsorcing’.
Em expansão na Madeira, a aquacultura é, nos dias que correm, uma aposta com futuro, prevendo-se que, nos próximos três anos, o mercado dê um salto de gigante. O setor tem despertado o interesse de vários empresários. No caso da Marisland, consolidada no mercado regional, a conjuntura também é de crescimento.
A empresa tem capacidade de produzir cerca de 600 mil alevinos por ano e dispõe de certificação para produção biológica. A procura crescente do mercado reflete-se de igual forma nas vendas de dourada biológica e pode vir a justificar a médio prazo a criação de uma nova maternidade no valor de oito milhões de euros.
“Estamos a analisar a evolução do mercado, mas a manter-se este ciclo de maior procura vamos avançar com uma maternidade, o que se traduz num investimento à volta dos oito milhões de euros”, avançou ao Económico Madeira o investidor Carlos Batista.
Para já, os 300 mil de alevinos produzidos são maioritariamente escoados para as empresas regionais. “Para produzir 600 toneladas de peixe, a Marismar precisa de comprar 1,8 milhões de alevinos que levam um ano a serem engordados até à colocação no mercado”, explica Carlos Batista.
Exportar para o Continente
A temperatura das águas e as condições climatéricas fazem da Madeira um local apetecível para a prática da aquacultura, reduzindo o tempo de crescimento do peixe e elevando, desta forma, o potencial económico desta atividade.
Esta realidade não é alheia às grandes empresas. Na Região, a parceria entre o grupo Jerónimo Martins e a Marisland engloba uma unidade de produção de dourada em sistema de aquicultura na zona da Calheta. Foi deste consórcio que resultou a Marismar, cujas perspetivas futuras são de atingir as duas mil toneladas de produção total. A empresa quer iniciar a comercialização no próximo ano, sendo que um dos clientes privilegiados será a rede de supermercados Pingo Doce em todo o país.
“A segunda fase do projeto deve ficar concluída até ao final deste ano. Seguem-se 13 meses de engorda para atingir as 600 toneladas e, em 2019, devemos estar nas mil toneladas, sendo que a meta final são as duas mil toneladas”, frisa Carlos Batista.
Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com