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Marismar investe oito milhões

Empresa prevê atingir no próximo ano as 600 toneladas de peixe produzido em aquacultura, o equivalente a 2,5 milhões de euros.
6 Outubro 2017, 19h00

Com uma produção de 600 toneladas estimada para o próximo ano, o equivalente a 2,5 milhões de euros, a Marismar nasceu para dar continuidade à produção da Marisland, empresa que formalizou em junho do ano passado uma parceria com o grupo Jerónimo Martins na área da distribuição. Para os próximos dois anos, a meta é ambiciosa: chegar às mil toneladas de peixe produzido.

Em 2016, a constituição da Marismar veio dar seguimento à produção da Marisland, em atividade há dez anos na Madeira. Carlos Batista é sócio-gerente de ambas as empresas. A primeira tem um protocolo de exploração de uma maternidade para produção de alevinos, a segunda encarrega-se da engorda destes peixes juvenis e da sua colocação no mercado.

Numa primeira fase, o investimento da Marismar foi de aproximadamente quatro milhões de euros, com a criação de sete postos de trabalho diretamente ligados à produção. Os restantes – distribuição e processamento – são assegurados em regime de ‘outsorcing’.

Em expansão na Madeira, a aquacultura é, nos dias que correm, uma aposta com futuro, prevendo-se que, nos próximos três anos, o mercado dê um salto de gigante. O setor tem despertado o interesse de vários empresários. No caso da Marisland, consolidada no mercado regional, a conjuntura também é de crescimento.

A empresa tem capacidade de produzir cerca de 600 mil alevinos por ano e dispõe de certificação para produção biológica. A procura crescente do mercado reflete-se de igual forma nas vendas de dourada biológica e pode vir a justificar a médio prazo a criação de uma nova maternidade no valor de oito milhões de euros.

“Estamos a analisar a evolução do mercado, mas a manter-se este ciclo de maior procura vamos avançar com uma maternidade, o que se traduz num investimento à volta dos oito milhões de euros”, avançou ao Económico Madeira o investidor Carlos Batista.

Para já, os 300 mil de alevinos produzidos são maioritariamente escoados para as empresas regionais. “Para produzir 600 toneladas de peixe, a Marismar precisa de comprar 1,8 milhões de alevinos que levam um ano a serem engordados até à colocação no mercado”, explica Carlos Batista.

Exportar para o Continente

A temperatura das águas e as condições climatéricas fazem da Madeira um local apetecível para a prática da aquacultura, reduzindo o tempo de crescimento do peixe e elevando, desta forma, o potencial económico desta atividade.

Esta realidade não é alheia às grandes empresas. Na Região, a parceria entre o grupo Jerónimo Martins e a Marisland engloba uma unidade de produção de dourada em sistema de aquicultura na zona da Calheta. Foi deste consórcio que resultou a Marismar, cujas perspetivas futuras são de atingir as duas mil toneladas de produção total. A empresa quer iniciar a comercialização no próximo ano, sendo que um dos clientes privilegiados será a rede de supermercados Pingo Doce em todo o país.

“A segunda fase do projeto deve ficar concluída até ao final deste ano. Seguem-se 13 meses de engorda para atingir as 600 toneladas e, em 2019, devemos estar nas mil toneladas, sendo que a meta final são as duas mil toneladas”, frisa Carlos Batista.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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