O comentador da SIC considera que o confinamento e as medidas decretadas pelo Governo para controlar a disseminação da pandemia já começam a ter resultados nos números diários que são divulgados.
No seu comentário habitual ao domingo, na Sic, Marques Mendes considera que o número de infetados, embora esteja a reduzir dado já termos atingido o pico, precisa de decrescer “ainda mais”, uma vez que a situação está pior “dentro dos hospitais do que fora”.
” A situação é especialmente grave nos hospitais”, refere, acrescentando que o país ainda não atingiu o pico no número de internamentos e que, nas próximas duas semanas, deveremos assistir a uma subida exponencial. “As duas próximas semanas vão ser de enorme pressão sobre o SNS. É preciso não esquecer que 90% dos internados em UCI são doentes Covid e um em cada três dos internados em geral também”, apontou.
Por tudo isto, Marques Mendes considera que o país deverá ficar em confinamento, pelo menos, durante mais dois estados de emergência. “Pelo menos até meio de março”, estimou. “Se não for mesmo fim de março. Não podemos voltar a ter recaídas”, frisou.
Ajuda alemã é um bom sinal da cooperação entre privado e público
Marques Mendes sublinhou e elogiou a solidariedade internacional dentro da União Europeia pela prestação de apoio a Portugal no combate à pandemia, nomeadamente a Alemanha que enviou, na semana passada, 26 profissionais de saúde para começar a operar no Hospital da Luz, esta segunda-feira.
“Tenho alguma dificuldade em perceber o agradecimento envergonhado por parte das autoridades e do Governo, parece uma situação de vergonha”, afirmou. “Quer dizer, se há alguma vergonha por causa da situação em que chegámos temos que assumir. Já toda a Europa sabe. A França e a Holanda também já tiveram em situações de ajuda internacional”, comentou.
Questionado sobre se faz sentido estes 8 médicos e 18 enfermeiros com experiência militar serem destacados para um hospital privado, Marques Mendes considera que “o normal” seria que fossem enviados para um “hospital militar ou num hospital publico, por estarem com mais dificuldades”, no entanto, esta ajuda enviada para o Hospital da Luz não é “desagradável”.
“É um sinal de que as coisas estão a funcionar bem entre o setor publico e privado. Acho que esta cooperação é positiva e noto que o primeiro-ministro, esta semana, mudou o registo. Existe uma cooperação entre os dois setores e o social e acho que é assim que deve ser em contexto de pandemia”, reforça.
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