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Marques Mendes: “Centeno é trunfo eleitoral de Costa. À direita, a seguir a Marcelo, é o mais popular”

Luís Marques Mendes revelou em primeira-mão que “amanhã vai sair uma sondagem do Jornal de Notícias e da TSF”, que demonstra uma “quebra do PS, uma subida do PSD e o que número de indecisos cresce para 25% ou mais”.
15 Setembro 2019, 21h09

O debate que se realiza amanhã, segunda-feira, entre António Costa e Rui Rio, é a “prova dos nove”. A opinião é de Luís Marques Mendes, que falava, este domingo, na rubrica semanal que tem na SIC.

Estarão frente a frente os dois candidatos a primeiro-ministro e “ambos precisam de ganhar”, mas por razões diferentes, explicou o advogado.

“Rui Rio foi acusado de ser muleta de António Costa, tem [no debate] uma oportunidade de o provar e eu posso dizer que ele amanhã estará ao ataque”. O adversário, António Costa, “também precisa de estar ao ataque”, porque “precisa de ganhar o debate para a acentuar a dinâmica para a maioria”, argumentou Marques Mendes.

Uma vez que se trata de um debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro, o comentador disse que “as personalidades contam” e, na sua opinião, há “cinco fatores” que explicam que vai ganhar o debate: “consistência na argumentação”, “solidez no discurso”, “preparação técnica e política”, “experiência e conhecimento de dossiês” e “sentido de responsabilidade”.

As sondagens que foram publicadas no final desta semana também foram abordadas por Marques Mendes, que explicou a vantagem que se tem atribuído ao PS.

O comentador considerou que o PS beneficiou de “uma boa aprovação” da gestão da greve dos camionistas, do arrefecimento do crescimento da economia mundial, que faz com que o eleitorado não queira arriscar, e do desempenho do primeiro-ministro nas entrevistas e nos debates.

Mas Luís Marques Mendes revelou em primeira-mão que “amanhã vai sair uma sondagem do Jornal de Notícias e da TSF”, que demonstra uma “quebra do PS, uma subida do PSD e o que número de indecisos cresce para 25% ou mais”.

Por isso, prosseguiu o comentador, o debate de amanhã entre António Costa e Rui Rio “é muito importante para todos”.

Apesar disso, Marques Mendes disse que António Costa tem “um trunfo eleitoral” para caçar votos à direita: Mário Centeno. Em termos de popularidade, “no eleitorado de direita, a seguir [ao Presidente] Marcelo, Centeno é o mais popular”, disse o comentador.

Nota ainda para a possibilidade de o PSD poder ter o pior resultado eleitoral de sempre. “O pior resultado do PSD em 40 anos de democracia foi com Santana Lopes, com 28%. Se Rui Rio fica abaixo, é dramática”, salientou Marques Mendes.

O Bloco de Esquerda também mereceu algumas considerações. Marques Mendes começou por dizer que o Bloco “não está bem” – “está ligeiramente abaixo do resultado de há quatro anos e está abaixo do seu objetivo. Além disso, o “crescimento do PAN está impedir o crescimento do Bloco”, explicou.

Para Marques Mendes, o PCP “está num processo de gradual esvaziamento”, uma vez que o seu discurso se tornou “pouco atrativo” e, ao entrar na Geringonça, fez com que os eleitores do partido não se sinto incomodados em votar na esquerda socialista do PS.

No pólo oposto do espectro político, o CDS também está mal, uma vez que “os resultados das sondagens pode perder metade do seu grupo parlamentar, portanto isto é um pesadelo”, salientou o comentador, apesar de “Assunção Cristas tter estado bem no debate, foi a única que conseguiu incomodar um pouco o António Costa”.

Elogio à coragem da Concorrência

Marques Mendes elogiou ainda a postura “corajosa” da presidente Margarida Matos Rosa, presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) e também da instituição que lidera por ter aplicado uma multa milionário (225 milhões de euros) a 14 bancos por terem “combinado preços” no crédito à habitação durante mais de dez anos.

A multa da Concorrência tratou-se de uma “decisão ruinosa para os bancos, porque mina a credibilidade dos bancos”, mas foi “uma excelente decisão para os consumidores”, por demonstra que “o polícia da Concorrência está atento”.

O comentador alertou para o papel dos bancos visados, que têm de saber o que fazer com os colaboradores que terão participado no esquema, assim como para o papel dos reguladores, nomeadamente do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu.

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