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Marques Mendes: Governo está a demorar muito tempo a decidir sobre a TAP

O comentador político diz que a solução para a TAP no imediato vai passar por um empréstimo público ou um empréstimo privado com garantia de Estado, apontando que o Estado não vai integrar a Comissão Executiva, mas que os “poderes do Conselho de Administração serão reforçados”.
31 Maio 2020, 22h04

Luís Marques Mendes considera que o Governo está a demorar muito a tomar uma decisão sobre a injeção de dinheiro na TAP.

“Está a demorar demasiado tempo a decisão do Governo sobre o financiamento à TAP. Já devia estar tomada. Quase todos os governos europeus já decidiram. Já vamos atrasados”, disse o comentador político na sua coluna de opinião semanal no Jornal de Negócios.

Marques Mendes considera que este “atraso é mau. Provoca ruído, ansiedade nos trabalhadores e incertezas. Dois exemplos: especula-se muito em torno de duas soluções extremas, ambas negativas: a falência da empresa ou a sua nacionalização. Nem uma nem outra vão acontecer. Mas a especulação é má”.

O antigo líder do PSD diz ter apurado que a “solução no imediato passará por um empréstimo público ou um empréstimo privado com garantia de Estado, com a condição de que poderá ser convertido em capital, caso não seja reembolsado. Por outro lado, o Estado não integrará a Comissão Executiva mas os poderes do Conselho de Administração serão reforçados”.

O comentador deixou críticas à Comissão Executiva da TAP devido à retoma de voos para o Porto e para o norte. “Se a Comissão Executiva da TAP tivesse sensibilidade e bom senso, esta polémica não existia. Primeiro, porque há muitos voos a partir do Porto que são rentáveis. Depois, porque há voos a partir de Lisboa que não são rentáveis e que, mesmo assim, se realizam”.

Marques Mendes também criticou a “inutilidade da posição do Estado”, devido ao acordo que chegou com a TAP em 2016.

“Esta polémica prova também que o acordo que o primeiro Governo António Costa fez com o accionista privado, negociado por Diogo Lacerda Machado, nem foi um bom acordo, nem foi bem negociado, nem serve para nada. O Estado ficou com 50% do capital para quê? Não manda, não tem ninguém na gestão executiva e os administradores não executivos não riscam nada”, afirmou o comentador.

 

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