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Marques Mendes: governo mais provável é do PS com apoio do PAN

O comentador do PSD considera que a questão de Tancos é suficiente para retirar ao PS a possibilidade de uma maioria absoluta. Um acordo com o PAN seria “o mais baratinho” para António Costa.
29 Setembro 2019, 21h03

O comentador social-democrata Marques Mendes considera que a questão de Tancos e o envolvimento do antigo ministro Azeredo Lopes “é muito mau para António Costa”, nomeadamente porque “deu-lhe apoio e cobertura, o que o torna responsável”. O comentador disse ainda, no seu habitual espaço de comentários da SIC, que as suspeitas lançadas pelo PS contra a Justiça é ainda pior.

Quanto ao envolvimento do Presidente da República, Marques Mendes disse que “é lamentável: primeiro porque não há nenhum sinal que esteja envolvido, e depois foi o único que durante dois anos andou a dizer investigue-se, mesmo quando o primeiro-ministro tentou fazer esquecer o assunto”.

Mas Marques Mendes diz que a atuação da Procuradoria-Geral da República e o exército em todo o tema é também ela lamentável. “A impunidade não pode ficar à solta”, disse, para concordar que o tema está a inquinar a campanha eleitoral. “Não é saudável”. De qualquer modo, o caso de Tancos “pode comprometer uma maioria absoluta do PS, só se podendo queixar dos ex-governantes socialistas”.

Para Marques Mendes, a campanha acabou por bipolarizar-se, “o que é bom para o PSD” – “não chegará parea ganhar, mas dá para encurtar a diferença com o PS”. De qualquer modo, disse, “também favorece o PS. Quem perde são os grandes partidos, como aconteceu na Madeira”.

Sem maioria absoluta, disse Marques Mendes, “há três hipóteses de governo: um governo minoritário do PS com apoio parlamentar do PAN – porque é uma negociação baratinha para o PS; não é uma solução nem muito credível nem muito consistente. A segunda hipótese e um governo minoritário do PS sem o apoio de ninguém. A terceira hipótese é a repetição da geringonça, que eu acho mais difícil porque isso sairá caro ao PS”. Fica por isso a primeira hipótese como a mais provável, segundo o comentador. De qualquer modo, disse, “vamos ter quatro anos de maior instabilidade”.

Marques Mendes quis também comentar o papel “desta jovem sueca e o discurso que fez na Cimeira do Clima. O seu discurso foi quase a tocar o fanatismo e o radicalismo, parece que há encenação. As reações dos chefes do Estado, ao aplaudirem, foi um exercício de hipocrisia”. Mas Mendes acha que Greta “tem um mérito incalculável: colocou o clima na agenda mundial”.

 

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