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Marques Mendes: “O mais provável” é o Governo começar por privatizar até 70% da TAP

O Governo deverá começar por privatizar apenas 60% a 70% da companhia áerea, assegura Luís Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na SIC. O modelo de privatização deverá ser conhecido “até ao fim de março”.
5 Março 2023, 22h00

Luís Marques Mendes crê que o cenário “mais provável”, no que diz respeito à privatização da TAP, será o de uma privatização faseada. O comentador espera ainda que, numa primeira fase, o Governo avance com a privatização da “maioria do capital”, numa margem entre os 60% e 70%.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes não afasta, ainda assim, que o Estado tente mais tarde “alienar a restante parte”. Os detalhes do modelo de privatização, assegura o mesmo, serão decididos e conhecidos “até ao final do mês de março”.

O ex-líder do PSD diz também que estamos a assistir ao “começar de um processo de reversão das reversões”, que caracteriza como sendo “uma tamanha aventura e ligeireza”, pela qual se pagou “um preço muito elevado”.

Os comentários de Marques Mendes vêm confirmar a notícia avançada pelo Jornal Económico no início do mês passado, que dava conta de que o Estado poderia ficar com 10% a 20% da companhia aérea, depois de concluído o processo de privatização.

https://jornaleconomico.pt/noticias/estado-podera-ficar-com-entre-10-a-20-da-tap-992961

Na altura, o ministro das Finanças, Fernando Medina, deu dois cenários como possíveis: privatização parcial ou total. Mas uma fonte próxima do processo assegurou ao JE que a intenção do Estado pode ser de manter um lugar à mesa do Conselho de Administração, em prol do interesse geral nacional.

Governo “não tem coragem” para demitir Ourmières-Widener

O comentador vai mais longe e diz que é “preciso investigar tudo – doa a quem doer”, no que diz respeito ao processo de privatização de 2015.

O relatório da Inspeção Geral das Finanças (IGF) sobre a indemnização paga à ex-administradora Alexandra Reis também será conhecido na próxima semana, diz ainda, e a conclusão do mesmo deverá apontar para a “ilegalidade da indemnização atribuída”.

Sobre o caso Alexandra Reis, Marques Mendes considera que o Estado português tem legitimidade para “recorrer aos tribunais” caso a própria não devolva o pacote compensatório. Mas as consequências não se deverão ficar por aí, esclarece.

Caso a IGF conclua que a indemnização é “ilegal e grave”, diz Marques Mendes, o mais lógico seria demitir as duas pessoas que autorizaram essa indemnização, nomeadamente o chairman, Manuel Beja, e a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. Tal não deverá acontecer, acrescenta: “Não acredito que o Governo demita a CEO da TAP. Não tem coragem (…) O Governo precisa da CEO para conduzir o processo de privatização da companhia – os princípios cedem perante os interesses”.

Já Manuel Beja, que Marques Mendes diz ser “o elo mais fraco”, poderá encarar a porta de saída, dependendo das conclusões do relatório da IGF.

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