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Marques Mendes: Pacote de apoio à economia “desiludiu”

O comentador político recordou a incógnita em torno da possível extensão das moratórias de capital, que terminam em setembro, questionando a capacidade de empresas com mais dificuldades, como as de turismo, para pagar. Marques Mendes também criticou os apoios diretos a fundo perdido e a burocracia.
14 Março 2021, 21h26

O comentador político Luís Marques Mendes elogiou o plano de desconfinamento apresentado pelo Governo na semana passada, mas considerou que o pacote de apoio à economia no valor de sete mil milhões de euros “desiludiu”, apelando a um esclarecimento sobre o que está a ser feito para estender as moratórias legais de capital que terminam em setembro.

“O plano que o Governo apresentou na sexta-feira é uma desilusão”, disse este domingo no habitual espaço de comentário na Sic, defendeu que “ao contrário do plano de desconfinamento que é um plano equilibrado, o plano económico, tirando a questão do lay-off e algumas medidas de pagamento de impostos  a prestações que são positivas, o resto é baralhar e dar de novo e tem alguns pecados capitais”.

O advogado recordou a incógnita em torno da possível extensão das moratórias de capital, que terminam em setembro, questionando a capacidade de empresas em sérias dificuldades, como as de turismo, para pagar. “Não percebo o que está a ser feito neste domínio”, disse, acrescentando que esta “não é uma questão nacional”, já que tem que passar pela EBA e “por isso o assunto deveria estar a ser colocado na agenda europeia por Portugal”.

Marques Mendes também criticou os apoios diretos a fundo perdido, considerando que “o Governo está a poupar, mas esta poupança não é boa” e terá como consequências não só a falência de empresas, como um aumento da despesa com subsídios de desemprego, bem como os atrasos na entrega dos apoios às empresas.

Por outro lado, classificou o plano de desconfinamento como “equilibrado, prudente e cauteloso” e “diferente do ano passado”, já que foi “alicerçado em orientações dos cientistas”.

Marques Mendes considerou ainda como um “fiasco” europeu o processo de vacinação na Europa contra a Covid. “Ainda não vi uma iniciativa, uma diligência da Presidência portuguesa da União Europeia para colocar este assunto na agenda para tentar encontrar soluções”, vincou, acrescentando que Portugal “tem aqui algumas obrigações”.

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