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Marques Mendes revela que Augusto Santos Silva travou acordo com PSD Madeira para fazer passar o OE2022

O comentador político esteve na SIC a falar de quem ganha mais e menos com as eleições antecipadas. Marques Mendes defendeu também que a data das eleições a 16 de janeiro, que reúne consenso dos partidos, “mata” as hipóteses de Paulo Rangel porque fica apenas com dois dias para formar a lista de deputados.
31 Outubro 2021, 21h57

Luís Marques Mendes disse este domingo, no seu habitual comentário de domingo na SIC, que em Conselho de Ministros o Governo discutiu a possibilidade de fazer um acordo com o PSD Madeira, para que os três deputados eleitos pelo PSD/Madeira pudessem fazer passar o Orçamento de Estado do Governo socialista. “Quem travou [esse cenário] foi o Ministro Augusto Santos Silva que disse que era uma perda de credibilidade para o Governo”, revelou o comentador que considerou positiva essa posição do ministro socialista.

O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, chegou a dizer que estava disponível para negociar com o Governo a aprovação do Orçamento do Estado para 2022.

Sobre o chumbo do OE2022, Marques Mendes disse que “acrescentar uma crise política à crise económica, à crise social, à crise pandémica, à crise energética e à crise da falta de matérias-primas nas empresas, foi uma irresponsabilidade”. O comentador considera o PCP o “autor moral e material da morte da geringonça”.

Marques Mendes defende que a data das eleições a 16 de janeiro, que reúne consenso dos partidos, “mata” as hipóteses de Paulo Rangel, que pode ser eleito presidente do PSD no futuro congresso que está neste momento marcado para 4 de dezembro.

“Se a data for 16 de janeiro e Paulo Rangel for eleito no dia 4 de dezembro tem dois dias para fazer as listas de deputados”, lembra o comentador.

Marques Mendes defende que a data das eleições seja ou 30 de janeiro ou 6 de fevereiro, estando de acordo assim com António Lobo Xavier e Francisco Louçã. “Até porque se for a 16 de janeiro, os debates entre os partidos serão no Natal e Ano Novo”, disse ainda.

Luís Marques Mendes não partilha da tese de que António Costa queria eleições antecipadas. “À data de hoje António Costa seria provavelmente o vencedor das eleições porque tentou evitar uma crise, mas em janeiro o desfecho das eleições é incerto”, considera o comentador político que reconhece que o Governo está a demonstrar algum cansaço.

António Costa vai pedir a maioria absoluta, mas Marques Mendes considera que será difícil obtê-la.

O fim da geringonça é uma derrota da solução governativa de António Costa que com ela assumiu o poder em 2015, contra Pedro Passos Coelho que ganhou as eleições sem maioria absoluta.

“As eleições vão ser bipolarizadas entre o PS e o PSD”, disse ainda Marques Mendes.

“O Chega vai subir, mas pode não subir tanto se Paulo Rangel ganhar a liderança do PSD”, defendeu o comentador justificando que Rangel tem mais condições para unir a direita do que Rui Rio.

Marques Mendes acha também que o Bloco de Esquerda e o PCP vão ser penalizados nas eleições legislativas por terem chumbado um orçamento à esquerda que inclusivamente previa uma subida das pensões.

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