A ministra da Saúde afirmou que a capacidade da indústria farmacêutica na distribuição das vacinas contra a Covid-19 tem ficado aquém das expectativas. A governante está a ser ouvida na Assembleia da República no âmbito da Comissão da Saúde desde as 9 horas.
“Se é certo que a ciência respondeu e conseguimos ter uma vacina muito rapidamente, se é certo que conseguimos também ter aprovações relativamente às vacinas num período relativamente célere, o que é facto é que a capacidade produtiva destas companhias não está a responder ao nível que desejaríamos”, sustentou Marta Temido perante os deputados.
Para a ministra da Saúde, o facto de Portugal assumir durante o primeiro semestre de 2021 tem uma “responsabilidade especial” no que toca a esta matéria, uma vez que o país pode “exercer o papel de facilitadores” no que toca aos estados-membros terem “acesso às vacinas disponibilizadas aos europeus e ao maior número de cidadãos do mundo o mais rapidamente possível”.
Questionada sobre a questão das patentes, Marta Temido sustentou que este “é um tema que tem sido muito discutido”. “Mas a questão que se coloca é que a quebra das patentes não nos iria resolver o problema de capacidade produtiva e de capacidade industrial e, portanto, quanto muito ficaríamos com a possibilidade de ter uma fórmula para fabricar mas continuaríamos a não ter onde a fabricar e essa é a nossa dificuldade”, acrescentou a governante.
Caso as patentes fossem quebradas, Marta Temido apontou que isso significaria “ficar com a receita, mas não com o produto”. “Só para fazer demonstrações de força, não penso que sirva o melhor interesse dos portugueses e penso que, sobretudo, teria custos no médio e longo prazo muito elevados”, afirmou.
Ainda no tema das vacinas, a ministra apontou que as “compras autónomas seria o pior que nos pode acontecer”, recordando a luta e corrida por ventiladores no ano passado quando os países estavam com dificuldades em controlar a pandemia.
“Não queremos esse caminho, de facto”, referiu Marta Temido. “Portugal tem apoiado vivamente, esforçadamente o mecanismo Covax [acesso mundial às vacinas]” e que o país está empenhado no envio de doses adquiridas por Portugal para países africanos de língua oficial portuguesa, quando for considerado oportuno.
DGS e task force recusam alargar tempo de vacinação entre doses
Em resposta ao deputado da Iniciativa Liberal, a ministra da Saúde afirmou que houve uma proposta para estender o prazo entre as duas doses da vacina, mas que a DGS e a task force “não a secundaram”.
Desta forma, o tempo estipulado entre a vacinação da primeira e da segunda dose continua a ser os 21 dias decretados desde o início.
Relativamente às campanhas de comunicação para o plano de vacinação, Marta Temido sustentou que o Governo está a trabalhar com especialistas da área comportamental com o objetivo de “melhorar a eficácia das campanhas comunicacionais”.
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