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Matos Fernandes sobre novo aeroporto de Lisboa: “Pista do Montijo nunca inundou”

O ministro do Ambiente apontou que o futuro aeroporto da região de Lisboa não está sujeito a inundações por estar mais afastado do litoral. Mas um estudo realizado por cientistas nacionais aponta para os riscos de inundação da pista.
27 Dezembro 2019, 17h28

O ministro do Ambiente e da Transição Energética garantiu hoje que a base aérea do Montijo é segura para ser transformada no novo aeroporto complementar de Lisboa.

João Pedro Matos Fernandes destacou que a base aérea nunca foi inundada e que a atual pista vai sofrer alterações, passando a ter uma maior altura face ao nível das águas.

“O litoral português está de facto sujeito ao avanço do nível médio das águas do mar. Estamos a falar de uma infraestrutura [futuro aeroporto do Montijo] que está na outra ponta de um estuário [do rio Tejo], estamos a falar de uma pista que nunca inundou, estamos a falar de uma pista que vai ser sobreelevada em cinco metros, por isso, estamos a falar de coisas completamente diferentes do ponto de vista de riscos”, disse o ministro esta sexta-feira.

Um estudo realizado por 11 cientistas nacionais, e divulgado em novembro, aponta para os riscos de construir um aeroporto no Montijo, devido aos riscos de inundação devido à subida do nível das águas.
“Face à localização do projeto, a subida do nível médio do mar foi considerado o parâmetro mais crítico”, havendo o risco de “inundação das instalações da estrutura aeroportuária, em particular das pistas de descolagem e aterragem”, de acordo com o estudo, noticiou a RTP em novembro.

Antes, o ministro tinha destacado que o avanço do nível do mar é imparável na costa portuguesa, o que não acontece nos rios nacionais, dando o exemplo do Mondego.

“Não há sequer comparação entre estes aglomerados [aldeias ribeirinhas no Baixo Mondego] e alguns aglomerados do litoral, aí  o avanço do mar é imensurável. Enquanto as cheias [nos rios] ainda que mais frequentes não são uma frequência continuada. No litoral não, há aglomerados no litoral que não temos a mais pequena duvida que têm de ser recolocados, aqui há uma ação do próprio Governo, em conjunto com as autarquias, para que isso não aconteça. Aqui, estamos numa fase muito diferente”, afirmou, referindo-se às suas declarações sobre uma eventual deslocalização de aldeias à beira do Mondego.

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