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Media Capital perdeu 14,4 milhões no primeiro semestre, com pandemia e descida das audiências

Grupo proprietário da TVI sofreu descida de 36% nas receitas, causada pela pandemia de Covid-19 e pela perda da liderança, para a SIC, nas audiências na televisão generalista. Media Capital acredita em recuperação e promete reforço de conteúdos em setembro.
9 Agosto 2020, 22h51

A Media Capital registou um prejuízo de 14,4 milhões de euros no primeiro semestre do ano, valor que compara com um resultado líquido positivo de 5,9 milhões no mesmo período de 2019, anunciou este domingo o grupo proprietário da TVI, em comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O grupo de comunicação social, que tem como principais acionistas a empresa espanhola Prisa e o empresário Mário Ferreira, explica este resultado negativo com a descida das receitas de publicidade causada pela pandemia de Covid-19 e pela queda das audiências sofrida na sequência de a TVI ter perdido para a SIC a liderança na televisão generalista.

No primeiro semestre, a faturação total do grupo, que inclui também a rádio Comercial, a produtora Plural e outros ativos, registou uma descida de 36% em termos homólogos, para 55 milhões de euros, com um resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) negativo em 11 milhões euros, contrastando com um valor positivo de 14,2 milhões no mesmo período do ano passado.

“Durante o primeiro semestre, em resultado do efeito conjugado da pandemia e da redução de quota de audiência do principal canal televisivo (TVI – canal generalista) face ao período homólogo, os rendimentos operacionais do Grupo foram negativamente afetados, nomeadamente ao nível da publicidade. Estes impactos tiveram maior incidência nos meses de março a maio. De facto, os rendimentos operacionais consolidados recuaram 36% (37% no caso da publicidade) nos primeiros seis meses de 2020, sendo que as quedas percentuais mais significativas iniciaram-se em março (quando a pandemia foi declarada), tendo o seu pico em abril e mostrando forte desaceleração em maio e, especialmente junho”, refere o grupo no comunicado.

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“Conforme mencionado, para além do efeito adverso da pandemia, é de relembrar que em 2019 a TVI era líder de audiências em all day até fevereiro e tendo mantido a liderança em prime time até junho desse ano, ou seja todo o primeiro semestre do ano anterior, e que em 2020, se comparam dados com um contexto no qual a TVI não liderou em qualquer desses slots horários”, adianta.

Grupo espera recuperação no segundo semestre

A Media Capital acrescenta que nos últimos meses tem-se assistido a uma recuperação das audiências dos canais de televisão do grupo. Além disso, “está previsto o reforço adicional dos conteúdos a partir de setembro”. Recorde-se que o grupo anunciou recentemente o regresso da apresentadora Cristina Ferreira, que saíra para a SIC no ano passado, a par de outras contratações tanto para a área de informação como de programas.

“Em junho verificou-se um desagravar dos impactos negativos, com a perspetiva de maior controlo da pandemia e o consequente relaxar do confinamento, o que melhorou os condicionalismos dos agentes económicos, ficando tal facto igualmente visível na atividade do Grupo. Esta melhoria é reiterada nas primeiras indicações do terceiro trimestre, não obstante a incerteza que ainda subsiste relativamente à duração da pandemia e aos seus impactos futuros”, frisa a Media Capital, acrescentando que as operações de rádio e digital “evidenciam robustez nos principais indicadores de performance (audiências)”.

“Desta forma, é através da continuação da melhoria dos contextos externo e interno que o Grupo antecipa um reforço do seu posicionamento competitivo no setor e um desagravamento substancial dos comparativos financeiros durante a segunda metade de 2020”, conclui a Media Capital.

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