A Mediapro reconheceu que três funcionários da empresa pagaram quantias milionárias à FIFA pela obtenção dos direitos televisivos dos campeonatos do mundo de 2014, 2018 e 2022. Num comunicado enviado à imprensa, a empresa reconhece “a sua responsabilidade pela conduta criminosa dos seus representantes”, avança o portal “Palco 23”.
Em 2015, o CEO da Imagina US, Roger Huguet, admitiu na Procuradoria dos Estados Unidos que pagou subornos para obter a gestão desses direitos televisivos. Na altura, a Mediapro garantiu que não tinha registo de subornos e decidiu suspender o executivo. Passados três anos, em 2018, a Mediapro foi condenada ao pagamento de uma multa de vinte milhões de euros pelos subornos à FIFA. A condenação resultou de uma investigação conduzida pelo FBI e pelo Ministério Público de Nova Iorque, que acusou a empresa de fraude.
No comunicado enviado à imprensa, ao qual o portal “Palco 23” teve acesso, a Mediapro informa que “reconhece a sua responsabilidade, como pessoa jurídica, pela conduta criminosa dos seus representantes e que a referida conduta criminosa de responsabilidade da ‘Imagina US’ incluía o pagamento de subornos para a compra dos direitos audiovisuais da fase de qualificação nas regiões da América Central e das Caraíbas (Concacaf) para os Campeonatos Mundiais de Futebol 2014, 2018 e 2022 (em conjunto, os direitos dos qualificadores) violando a legislação dos Estados Unidos”.
A Mediapro atribui a decisão a três funcionários do grupo, dois dos quais se declararam culpados de pagar “numerosos subornos”. O terceiro, um ex-CEO da ‘Imagina US’ “aceitou o pagamento de um suborno de 1,5 milhão de dólares em troca da aquisição dos direitos dos qualificadores e autorizou, dirigiu e facilitou o pagamento de 500 mil dólares desse valor total”, reconhece o grupo.
A empresa também especifica que nenhuma outra holding está envolvida no caso, incluindo a Mediaproduction – empresa que administra direitos audiovisuais na Espanha, entre outros países.
A empresa sublinha que “nenhuma das atividades desenvolvidas nos restantes ramos de negócios esteve vinculada à investigação do DOJ (…) e da Media Producción SL – empresa que opera, entre outros negócios, a divisão de direitos audiovisuais da Imagina US em Espanha e em outros países do mundo; ela não foi acusada, condenada ou utilizada para realizar as condutas descritas nas referidas investigações”, lê-se no comunicado.
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