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Medicina online veio para ficar

O incremento das assistências por via digital é um dado adquirido nos seguros. A medicina online vai potenciar o melhor serviço.
18 Junho 2022, 18h00

O objetivo dos seguradores ao fornecerem serviços de medicina online é prestar cuidados mais efetivos e com preço controlados. Ana Pina, diretora de Digital Health no segurador Future Healthcare, lançou recentemente a solução OMR, ou Observação Médica remota e que mais não é do que um dispositivo médico que possibilita a realização de um exame físicos mais completo do cliente. Refere que se trata de dispositivos médicos “que foram concebidos para capacitar a vídeo-consulta de uma importante parte da observação médica realizada durante uma consulta presencial”.

E dentro da mesma lógica de transformação do mundo virtual Ana Mota, diretora geral de Seguros de Pessoas da MDS Portugal salienta que a pandemia “contribuiu para acelerar a transformação digital do sector segurador, sendo expectável um incremento das assistências por via digital, ou seja, da medicina online, a qual tem um papel importante para um ainda melhor serviço ao cliente”. Adianta que os serviços associados ao seguro de saúde “evoluíram muito e são atualmente de extrema importância para controlar custos e melhorar o bem-estar dos segurados. É o caso do acesso a consultas e até exames por telemedicina ou mesmo de alguns tratamentos específicos de fisioterapia que são já hoje disponibilizados por meios remotos”. Na mesma linha está Sandra Moás, country manager do segurador Asisa que afirma que “a possibilidade de assistir remotamente e praticar alguns destes cuidados de saúde à distancia, contribuem positivamente para a geração (do) equilíbrio (preço/necessidades de cuidados),
dado que tendencialmente permitem uma diminuição dos custos de sinistralidade, ora por via do aumento da oferta e disponibilidade de serviços médicos através da telemedicina, que permitem agir mais cedo sobre a deteção e potencial diagnóstico, estimulando assim a componente preventiva, ora por via da monitorização remota de pacientes já com diagnóstico instalado, como seja o caso da hospitalização e tratamentos domiciliários, possíveis através de equipamentos conectados, e que ao requererem menos recursos de estrutura, permitirão também otimizar os custos da prestação. Por outro lado, este tipo de assistência comporta também uma componente qualitativa que se reflete no bem-estar do segurado, nomeadamente no que se refere a deslocações, ou a poder permanecer no seu seio familiar, e, portanto, num ambiente de maior comodidade, garantindo ainda assim elevados índices de qualidade humana e técnica na prestação do serviço”. Ana Pina da Future Healthcare acrescenta que as ferramentas que tem à disposição e que estão a ser desenvolvidas “permitem-nos pensar um pouco fora da caixa e disponibilizar modelos de cuidados mais efetivos. Modelos que se dissociam do modelo que temos atualmente e que permitam interações mais curtas, mas contínuas, quando necessárias, numa perspetiva de prevenção e acompanhamento. Novos modelos que capacitem e suportem também as pessoas a serem mais autónomas e conscientes da gestão da sua saúde. Que integrem valências como a nutrição, o exercício e a gestão de stress, como competências relevantes na prevenção e gestão destas condições. Estas valências estão muito associadas ao conceito de “bem-estar” e aparecem muitas vezes dissociadas dos cuidados de saúde. Pois é necessário integrá-las nestes novos modelos, e dar-lhes atenção”. E se a palavra de ordem é suportar as pessoas na mudança dos seus comportamentos, acredito que este é o caminho para apoiar a inversão do cenário alarmante que vivemos com as doenças não comunicáveis. Estas doenças são uma importante ameaça à sustentabilidade dos cuidados de saúde e penso que a saúde digital pode ter um enorme valor”.

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