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Médicos anunciam greve para 3 de julho

Segundo o comunicado, o Governo recusa negociar “o limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e a consequente anulação das atuais 18 horas semanais”, bem como “a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e a diminuição da idade da reforma”.
  • Ilya Naymushin/Reuters
3 Junho 2019, 16h53

Os médicos vão voltar a fazer greve no próximo dia 3 de julho. No fim-de-semana passado, o Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reuniu-se para rever as negociações que aconteceram com o Ministério da Saúde durante os quatro anos de Governo, algo que levou à convocação de uma paralisação nacional, revela o Jornal Sol esta segunda-feira.

A FNAM revelou, em comunicado, que “analisou o resultado das negociações com o Ministério da Saúde, quase quatro anos depois da tomada de posse do atual governo, em outubro de 2015”. Apesar de já terem realizado paralisações em maio e outubro de 2017 e maio de 2018, a FNAM garante que “o atual Ministério da Saúde continua recusar negociar” as reivindicações que são colocadas pelos profissionais de saúde.

Segundo o comunicado, o Governo recusa negociar “o limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e a consequente anulação das atuais 18 horas semanais”, bem como “a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e a diminuição da idade da reforma”. A Federação pretende ainda “o desenvolvimento de uma reforma de saúde pública, com objetivos claros e sem instrumentalizações iníquas”, além da “uniformização e melhorias do sistema informático dos hospitais”.

A FNAM acusa ainda o Governo de Costa de afrontar “o sindicalismo ao legislar, de forma unilateral, a atribuição de incentivos à mobilidade geográfica de trabalhadores médicos – trazendo maior discriminação – um novo regime jurídico da gestão hospital e uma nova regulamentação dos Centros de Responsabilidade Integrados”, revela o mesmo comunicado.

Com a subida de Marta Temido à pasta da saúde, para substituir Adalberto Campo Fernandes, a FNAM assume que a mudança “nada acrescentou” e que continua a existir “a postura de empatar e diferir a tomada de decisões”. De acordo com a Federação, o Ministério da Saúde promove “a fuga dos médicos para o sistema privado e para o estrangeiro, a deterioração da qualidade dos cuidados de saúde prestados e a escravização do trabalho médico pelo sistema privado, onde os médicos trabalham 60 horas semanais”.

Com o descontentamento geral entre os profissionais de saúde do setor público, privado e social, a FNAM pede que os “colegas manifestem a sua insatisfação aderindo à greve nacional e concentração no dia 3 de julho de 2019”.

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