[weglot_switcher]

Médicos de família continuam a ser retirados das consultas aos seus doentes, alerta sindicato

Sindicato Independente dos Médicos acusa de “falta de planeamento” o Ministério da Saúde e dá conta da “ausência de medidas eficazes de captação” de recursos humanos que fazem com que os médicos de família continuem a ser retirados das consultas aos seus doentes para desempenharem funções em áreas dedicadas à Covid-19.
26 Abril 2021, 17h55

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alerta que mais de um ano após o início da pandemia  da Covid-19 os médicos de família continuam a ser retirados das consultas aos seus doentes. Acusa de “falta de planeamento” o Ministério da Saúde e dá conta da “ausência de medidas eficazes de captação” de recursos humanos que fazem com que os médicos de família continuem a ser retirados das consultas aos seus doentes para desempenharem funções em áreas dedicadas à Covid-19, centros de vacinação Covid-19 e vigilância de casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus.

“Mais de um ano depois do início da chegada da Covid-19 a Portugal os médicos de família continuam a ser retirados das consultas aos seus doentes”, revelou o SIM nesta segunda-feira, 26 de abril, acrescentando que a “a falta de planeamento do Ministério da Saúde e a ausência de medidas eficazes de captação de recursos humanos fazem com que ainda hoje os médicos de família continuem a ser retirados das consultas aos seus doentes para desempenharem funções” em áreas dedicadas à Covid-19, centros de vacinação e vigilância de casos suspeitos ou confirmados”

“Este Ministério da Saúde e este Governo serão responsáveis pelo aumento da mortalidade e morbilidade não-Covid-19. Serão responsáveis, nomeadamente, pelo aumento do número de neoplasias malignas diagnosticadas tardiamente e pelas graves consequências das doenças crónicas não controladas”, reaçla o sindicato liderado por Jorge Roque da Cunha.

Segundo o SIM, ao mesmo tempo que o Governo reconhece que os Cuidados de Saúde Primários são a base do sistema de saúde, retira médicos dessa base do sistema para desempenhar outras funções, “obrigando-os a relegar para segundo plano as consultas com os seus doentes”.

Os médicos de família fazem, anualmente, cerca de 30 milhões de consultas aos seus doentes. Para o SIM é nestas consultas que são feitos os rastreios, diagnósticos precoces, prevenção de complicações de doenças crónicas e vigilância de inúmeros problemas de saúde.

“O Ministério da Saúde e o Governo terão de assumir as gravíssimas consequências desta retirada de Médicos de Família das consultas aos seus doentes”, conclui.

Mais 342 mil pessoas com médico de família em 2021, prometeu ministra

Em novembro do passado, a ministra da Saúde, Marta Temido, sinalizou a contratação de 287 especialistas de medicina geral e familiar vai permitir que mais 341 mil portugueses passem a ter médico de família.

Na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2021, no parlamento, Marta Temido destacou a abertura de 1.385 postos de trabalho para a carreira médica, que já permitiram a celebração de 287 contratos com especialistas de medicina geral e familiar.

Realçou ainda o “reforço de profissionais de saúde no SNS com a previsão de um regime excecional de contratação a termo e a posterior possibilidade de conversão de 2.999 desses vínculos em contratos sem termo” e o investimento na aquisição de medicamentos e de vacinas para a covid-19 que representam uma despesa estimada de cerca de 155 milhões de euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.