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Medina assume derrota: Moedas é o novo autarca de Lisboa (com áudio)

O candidato do PSD venceu a autarquia da capital, batendo o autarca que liderava Lisboa desde 2015.
27 Setembro 2021, 02h08

Minutos depois de as várias televisões terem dado a vitória em Lisboa a Carlos Moedas – por cerca de 1.400 votos – o candidato do PS à capital (e atual presidente da autarquia), Fernando Medina, subiu ao palco do Pátio da Galé para o discurso mais difícil que um político tem de fazer: o de uma derrota. Com um semblante carregado e num tom pausado, Medina não perdeu tempo nem entrou em rodeios: arrancou o discurso a dizer desde logo que já tinha felicitado Carlos Moedas pela vitória nas eleições.

Medina apresentou-se com um rosto carregado e o seu discurso – escrito num pequeno papel, mas com longos segmentos improvisados – foi entrecortado por aplausos da plateia e, ainda que poucas vezes, por gritos de “PS!”. “Tenho a consciência que fizemos o melhor que podíamos e sabíamos em Lisboa, sobretudo num momento particularmente difícil da nossa história”, afirmou o presidente cessante, salientando que tudo fará para garantir uma transição tranquila dos dossiers da câmara municipal à equipa do social-democrata.

“Por um voto se ganha e por um voto se perde. E eu perdi estas eleições”, sintetiza Fernando Medina, numa referência às indicações de que Moedas terá ganhado em Lisboa por apenas 1.400 votos (quando há mais de meio milhão de pessoas na capital).

Medina também deixou uma palavra ao PS, reclamando apenas para si a responsabilidade pelo facto de a capital ter deixado de ser socialista. “Esta é uma derrota pessoal e intransmissível. E deixem que vos diga que senti sempre o apoio inexcedível dos meus camaradas para esta grande empreitada”, afirmou.

Por outro lado, Medina recorda que Moedas terá de liderar um executivo camarário em Lisboa com maioria de esquerda. “Pela lei eleitoral autárquica vence quem tem mais votos” e não quem tem maioria dos vereadores, afirma.

O executivo camarário, aliás, vai contar com 7 vereadores da coligação PSD-CDS, 7 da coligação do PS com o Livre, dois do PCP e um do Bloco de Esquerda. Mas nas autarquias não pode haver “geringonças” como a que lançou António Costa – na primeira fila da sala – para duas legislaturas (desde finais de 2015).

Sobre o seu futuro político, Medina preferiu não falar sobre isso, nem sobre se aceitará ficar como vereador de Lisboa.

“Sondagens não ganham eleições”, salienta o candidato derrotado do PS. E reitera que é o único responsável por isso mesmo.

“As razões [da derrota] estão na minha incapacidade em demonstrar aos lisboetas que esta era uma melhor agenda e uma melhor equipa. Está aqui o fundamental da responsabilidade”, atira.

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