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Médio Oriente: UNICEF admite mais de 50 mil crianças mortas ou feridas em Gaza

O diretor regional da UNICEF denunciou ainda que dois “ataques atrozes” de Israel no fim de semana “fornecem ainda mais provas do preço incalculável que as crianças da Faixa de Gaza estão a pagar por causa desta guerra implacável”.
A man gestures as Palestinians search for casualties a day after Israeli strikes on houses in Jabalia refugee camp in the northern Gaza Strip, November 1, 2023. REUTERS/Mohammed Al-Masri
28 Maio 2025, 14h38

A UNICEF avançou hoje que mais de 50 mil crianças poderão ter sido mortas ou feridas no âmbito da ofensiva militar de Israel contra Gaza, iniciada em outubro de 2023, denunciando um “massacre implacável”.

“No total, mais de 50 mil crianças podem ter sido mortas ou feridas desde outubro de 2023”, disse o diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para o Médio Oriente e Norte de África, Edouard Beigbeder.

“Quantos mais corpos de crianças serão necessários? Que nível de horror é necessário transmitir em direto até a comunidade internacional atuar, usar a sua influência e tomar medidas ousadas e decisivas para pôr fim a este massacre implacável de crianças?”, questionou o representante da agência da ONU.

Beigbeder informou que – desde 18 de março, data em que Israel rompeu o cessar-fogo acordado em janeiro com o movimento islamita palestiniano Hamas e retomou as operações militares no enclave – 1.309 crianças morreram e outras 3.738 ficaram feridas.

O diretor regional da UNICEF denunciou ainda que dois “ataques atrozes” de Israel no fim de semana “fornecem ainda mais provas do preço incalculável que as crianças da Faixa de Gaza estão a pagar por causa desta guerra implacável”.

“Na sexta-feira, vimos vídeos dos corpos queimados e desmembrados dos filhos da família Al Najar enquanto eram retirados dos escombros da sua casa em Khan Yunis. De 10 irmãos com menos de 12 anos, apenas um sobreviveu, sofrendo ferimentos graves”, disse Beigbeder, referindo-se à morte de nove filhos de uma destacada médica palestiniana, Alaa al Najar, num bombardeamento que visou a casa da pediatra.

Beigbeder denunciou ainda “as graves violações contra crianças, o bloqueio da ajuda humanitária, a fome, a constante deslocação forçada, bem como a destruição de hospitais, sistemas de água, escolas e lares”, situações observadas no enclave palestiniano.

“Estamos perante a destruição da própria vida na Faixa de Gaza”, criticou.

“A UNICEF exorta mais uma vez todas as partes em conflito a acabar com a violência, a proteger os civis, incluindo as crianças, a respeitar o direito internacional humanitário, a permitir a entrega imediata de ajuda humanitária e a libertar todos os reféns”, afirmou ainda o representante.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 54 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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