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Mega-produtoras de cinema querem incentivo a subir para 100 milhões até 2028

“Portugal terá dificuldade em ser considerado pelas produções internacionais”. Visão é partilhada pelo produtor Andy Weltman ao Jornal Económico, abordando a introdução do incentivo no Orçamento do Estado.
27 Setembro 2024, 09h12

As grandes produtoras internacionais de cinema gostavam de se instalar em Portugal, construindo estúdios que permitissem ficar por longos períodos de tempo, a filmar no país. Mas o baixo incentivo à Grande Produção (cash-refund), que foi criado no fim de 2023, com a dotação anual até 20 milhões de euros, é considerado manifestamente insuficiente e afasta as grandes produtoras de Portugal.

Andy Weltman, CEO do britânico Studio Babelsberg, que produziu filmes como The Hunger Games, The GrandBudapest Hotel, Inglourious Basterds, em resposta ao Jornal Económico, confirma-o: “Até que o limite mínimo seja aumentado (ou desativado), Portugal terá dificuldade em ser considerado pelas produções internacionais”, defende Andy Weltman.

É pedido assim ao Governo, no contexto da discussão do Orçamento de Estado, um aumento gradual desse cash-refund, até atingir os 100 milhões de euros até 2028.

Este limite de cash-refund tem sido um entrave ao investimento estrangeiro em Portugal ao nível das grandes produtoras mundiais de cinema, segundo o Jornal Económico desta sexta-feira. As produtoras falam de uma limitação estrutural, quando comparado com os regimes congéneres, devido à existência de um “cap” global de 20 milhões, de um “cap” individual de seis milhões por obra cinematográfica ou audiovisual e de um “cap” de 3 milhões por cada episódio produzido de séries audiovisuais.

O JE compara este “cap” com os valores de custo, por episódio, de redes como a Disney (superior a 20 milhões de euros), Amazon (18 milhões), Apple TV (17 milhões), Netflix e HBO (12 milhões), tendo cada temporada de uma série para televisão entre oito e 12 episódios.

Se não for alterado esse limite de 20 milhões, a construção do Tages Studio, previsto para se instalar em Palmela, e que foi noticiado como o primeiro estúdio de cinema verde da Europa, envolvendo um investimento de 200 milhões e a criação de numerosos postos de trabalho, também poderá estar em causa.

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