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‘Mental Coach’: Há que perceber o jogador para valorizar o ativo

Como é que golfistas de topo falham tacadas que parecem fáceis ou tenistas reputados perdem pontos de forma inacreditável? O ecossistema do atleta tem três dimensões e a questão mental assume-se como fundamental no sucesso desportivo. As equipas que melhor percebam os seus jogadores são as que vão fazer os melhores negócios.
27 Outubro 2019, 11h00

Quando não existe confiança, corremos o sério risco de cair no burnout e no medo de falhar; pelo contrário, quando não há desafio, facilmente podemos cair no bored out, ou seja, no aborrecimento”. João Catalão, coach e mentor de executivos, começa por explicar em entrevista ao JE que é neste limbo que vivem muitos atletas de alta competição, e que a fronteira entre o sucesso e o fracasso num meio tão competitivo é muito ténue. Mas o que pode levar o mental coach ao plano desportivo depois de se estabelecer de forma bem-sucedida no contexto empresarial? A International Coach Federation Portugal, entidade que conta atualmente com 171 membros (em Portugal existem cerca de 200 coachs certificados pelas duas maiores organizações mundiais de coaching, a ICF e EMCC, e no mundo existem cerca de 40 mil) e que tem uma amplitude mundial, define o coaching como uma “parceria com o cliente através de um processo estimulante e criativo que inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional”.

“Clubes deviam perceber atleta”
Num meio tão concorrencial como o desporto de alta competição, existe espaço para a valorização de ativos através das técnicas de mental coach? João Catalão, que conta com experiência no plano desportivo e empresarial, defende que “os clubes deveriam perceber ecossistema do atleta. Por exemplo, não tenho dúvidas nenhumas que o João Félix está a ser acompanhado, tal como aconteceu com Cristiano Ronaldo quando chegou ao Manchester United. É nesse caminho que muitas vezes os jogadores se perdem e a diferença entre o que vai ser aquele atleta no futuro define-se aí. Os clubes têm de perceber que se está a lidar com seres humanos para quem o desporto é a sua vida”, realça este mental coach, que critica as entidades patronais por “muitas vezes encararem os jogadores apenas como ativos e como máquinas de fazer dinheiro”. Para este profissional, o problema vem desde a base: “Nas escolas de futebol, o que acontece muitas vezes é ver um jovem talento a ser encarado, tanto por pais como por treinadores, como um craque, quando o mais importante é saber como é aquele talento vai lidar com as suas próprias emoções. As equipas que melhor percebam os seus jogadores são as que vão fazer os melhores negócios”.

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