Questionada pela Agência Lusa sobre a evolução para este ano, a responsável referiu que “o que se aguarda é um crescimento não tão acentuado, seja ao nível geral dos preços, seja ao nível do número de transações. Por outras palavras, o mercado não irá crescer tanto como cresceu nos últimos dois anos, o que nada tem a ver com uma queda”.
No ano passado, a Remax registou movimentos “na ordem dos 4,36 mil milhões de euros, relativos a 62.287 transações, 79% das quais de compra e venda de imóveis”, revelou a imobiliária.
A responsável disse que a empresa antecipou o crescimento do mercado imobiliário português e que, apesar do arrefecimento, “há ainda margem para se registarem bons crescimentos, até porque o que tem atenuado o mercado tem sido o desfasamento entre a oferta e a procura. Ou seja, o mercado não cresceu mais ainda, porque não existiu oferta suficiente que correspondesse à procura”.
A imobiliária registou um crescimento de 9% no volume de transações, sendo que, atualmente “são os portugueses quem mais estão a adquirir ou a arrendar casa”, de acordo com os dados da empresa. Os clientes nacionais representaram 84% das transações.
“Recorde-se que os líderes em 2016 eram os franceses” lembrou a Remax.
Beatriz Rubio acredita que “em qualquer segmento continuarão a existir oportunidades muito rentáveis, oportunidades essas que os investidores minimamente atentos poderão e, eventualmente, saberão aproveitar”.
Ainda assim, a presidente da Remax Portugal reconheceu que “algumas regiões do país (como por exemplo algumas freguesias de Lisboa), pelo facto de terem sido as que inicialmente registaram elevados crescimentos e muitas oportunidades, não têm, naturalmente, as mesmas condições para continuarem a registar aumentos acentuados”.
A região de Lisboa continua, no entanto, no topo do volume de transações. Em 2018, os dados da Remax apontam “os concelhos de Lisboa, Sintra e Oeiras” como sendo “aqueles que registaram um maior volume de transações”, seguidos dos de Cascais, Almada e Porto.
A tipologia de imóvel mais procurada é o apartamento, representando 62% do volume das transações efetuadas.
Já os terrenos foram o tipo de imóvel que registou mais crescimento, face a 2017, com “um incremento na ordem dos 17,7 pontos percentuais, assumindo no último ano, 5% das preferências dos investidores. Por outro lado, as moradias continuam a ser a segunda tipologia favorita, a seguir aos apartamentos, tal como em igual período do ano passado”, de acordo com a Remax.
Beatriz Rubio deu ainda conta de um objetivo de crescimento “de dois dígitos” para este ano, adiantando que “em muitas regiões do país” estão “a crescer bem acima dos 20%, como na margem a sul do Tejo (26%) ou em toda a região Norte do país (25%)”.
A líder da imobiliária reconheceu que há zonas em que o crescimento é menor, mas que a Remax esperava estes desenvolvimentos, tendo “antecipado” a sua desaceleração.
A imobiliária conta com 312 agências em Portugal e registou, no ano passado, um aumento na ordem dos 21,5% no número de agentes em atividade, passando de 6.126, em 2017, para um total de 7.443 em 2018.
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