O dia foi positivo para os mercados, principalmente para o francês, que continua a recuperar das perdas sofridas no início da sessão com a demissão do primeiro-ministro.
O CAC40 fechou o dia a ganhar 1,07% para 8.060,13 pontos.
O dia esteve relativamente vazio no que toca a dados económicos com grande impacto, contudo o governo norte-americano ainda continua em shutdown. Os investidores estiveram de olhos postos na publicação das minutas da Reserva Federal (Fed) que têm mais detalhes sobre os temas e decisões que foram tomadas na última reunião entre os membros do comité.
A paralisação norte-americana não ajudou a Fed, uma vez que adiou a divulgação de dados económicos, o que fez com que as atas mostrassem uma comissão dividida. As minutas revelaram que os participantes apontam para um agravamento do desemprego, enquanto o risco de aumento da inflação “diminuiu ou não aumentou”, referem as atas divulgadas.
A maioria da comissão considera que é apropriado uma maior flexibilização na política monetária, contudo ficou em aberto o momento e o ritmo a que esta flexibilização deve ser tomada.
A incerteza política com o shutdown norte-americano tem levado a um disparo no ouro, que já atingiu um novo máximo histórico acima dos quatro mil dólares. “O preço do ouro ultrapassou a zona dos 4.000 dólares por onça pela primeira vez na história, um marco simbólico e um resultado direto da escalada da incerteza económica e política global. Os ganhos registados pelo principal metal precioso do mundo excedem agora 50% este ano, marcando o seu melhor desempenho anual desde 1979. Embora tenha havido várias variações nos preços de 30-40% no passado, um retorno anual superior a 50% não foi alcançado fora da década de 1970”, afirmam os analistas da XTB.
“Embora o preço já estivesse a subir no ano passado e no início deste ano, a principal subida começou em agosto, coincidindo com a mudança de política da Reserva Federal e a implementação das tarifas de Donald Trump. O atual shutdown do governo dos EUA agrava ainda mais o clima de incerteza”, revelam.
“As persistentes tensões geopolíticas e a incerteza económica gerada pelas tarifas, bem como o enfraquecimento do dólar norte-americano — que já perdeu 9% desde o início do ano — e as compras significativas realizadas por alguns bancos centrais têm impulsionado o metal precioso para ganhos que ultrapassam os 50% em 2025. Nas últimas sessões, o panorama geopolítico deteriorou-se ainda mais, com a paralisação do governo nos Estados Unidos a agravar uma narrativa económica já negativa, e uma crise política em França a ameaçar desestabilizar os mercados de dívida soberana em toda a Europa”, refere Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe.
O analista salienta ainda que “esta dinâmica, aliada a alguma atividade especulativa desencadeada pelos ganhos recentes, significa que os preços estão agora, tecnicamente, em território de sobrecompra. No entanto, esse facto — juntamente com a recente recuperação do dólar norte-americano, que normalmente atuaria como um fator de pressão sobre o ouro devido à correlação inversa entre os dois ativos — tem sido, até agora, ignorado pelos investidores otimistas em relação ao metal”.
Esta quinta-feira, os investidores vão estar de olhos postos na entrega da proposta do Orçamento de Estado para 2026 em Portugal, enquanto do outro lado do Atlântico é esperado um discurso do presidente da Fed.
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