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Mercedes, Volkswagen e BMW alertam que falta de chips vai durar até 2023

“A Internet das Coisas está a crescer e o aumento da capacidade leva tempo. Provavelmente será apertado nos próximos meses e anos”, considerou o CEO do grupo Volkswagen no Salão Automóvel de Munique. 
6 Setembro 2021, 17h40

A falta global de semicondutores, que está a afetar a chegada de novos veículos aos stands automóveis, só deverá estar totalmente revolvida em 2023, revelaram executivos de grandes marcas europeias no salão automóvel de Munique. As marcas automóveis tinham esperanças que a falta de chips estivesse revolvida até meados do próximo ano.

A procura por semicondutores tem vindo a crescer no seio automobilístico mas as marcas têm apresentado dificuldades contínuas em adquirir o material em quantidades suficientes durante o presente ano, e estimam que as dificuldades se mantenham ainda que a escassez seja menos severa.

O CEO da Daimler, dona da Mercedes, Ola Källenius, apontou que “vários fornecedores de chips têm referido problemas estruturais com a procura” e que a falta “pode influenciar 2022 e [a situação] pode relaxar a partir de 2023”.

Também o CEO do grupo Volkswagen, Herbert Diess, admitiu que a escassez vai continuar nos próximos meses, uma vez que os semicondutores têm tido uma elevada procura no último ano. “A Internet das Coisas está a crescer e o aumento da capacidade leva tempo. Provavelmente será apertado nos próximos meses e anos”, considerou no Salão Automóvel de Munique.

O chefe de compras da Volkswagen, Murat Aksel, apontou que o fornecimento deste material deverá continuar volátil e restrito ao longo do terceiro trimestre, mas perspetiva “uma recuperação gradual até ao fim do ano”. Com a encomenda de automóveis a aumentar, Aksel considerou que a indústria mundial deve precisar de mais 10% de capacidade da produção de chips do que em 2019.

Oliver Zipse, CEO da alemã BMW, estima que a escassez se mantenha até ao próximo ano mas não prevê problemas a longo prazo, uma vez que a indústria automóvel é um cliente atraente para os fabricantes dos semicondutores em falta. “Espero que a falha geral das cadeias de abastecimento continuem nos próximos seis a 12 meses”, explicou o CEO.

Luca de Meo, CEO da francesa Renault, confidenciou durante o salão automóvel que a escassez foi mais difícil de gerir o trimestre atual do que se perspetivava. Ainda assim, estima que último trimestre do ano deve apresentar algumas melhoras, apesar das fracas perspetivas dos seus concorrentes.

Devido à falta dos chips semicondutores, as fabricantes tiveram de realizar grandes cortes nas suas produções em 2021, bem como colocar várias fábricas no mundo em lay-off. Em Portugal, a Autoeuropa teve de suspender a produção – tendo retomado esta segunda-feira – de automóveis devido à falta dos componentes, ainda que esta continue a preocupar o mercado.

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