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Meta prepara-se para cortar em 30% o orçamento do metaverso

A unidade responsável pelo metaverso dentro da dona do Facebook já perdeu mais de 60 mil milhões de euros desde o início de 2021.
15 Dezembro 2025, 07h00

Mark Zuckerberg rebatizou o Facebook como Meta e declarou que o metaverso — um reino digital onde as pessoas trabalhariam, socializariam e passariam grande parte das suas vidas — seria o “sucessor da internet móvel”. A euforia era tanta que até a pequena ilha de Barbados chegou a abrir uma embaixada em Decentraland, um dos mundos do metaverso.

No entanto, quase cinco anos depois, a aposta tornou-se uma das mais caras aventuras da tecnologia. O grupo de tecnologias do metaverso faz parte da divisão Reality Labs, que acumulou perdas de 70 mil milhões de dólares (60 mil milhões de euros) desde a sua criação. A insistência em manter um investimento tão elevado num projeto com fracos resultados tornou-se insustentável e os investidores estão convencidos de que é um desperdício de dinheiro, especialmente no atual contexto de corrida à IA, onde os recursos são cada vez mais disputados. O próprio Zuckerberg deixou praticamente de mencionar o metaverso nas apresentações públicas.

Para muitos utilizadores, o problema é que a proposta de valor não é clara: o metaverso não oferece um motivo irresistível para abandonar o telemóvel ou o computador. E, dizem os especialistas, não há conteúdo suficientemente atrativo além de jogos de nicho. Segundo a Bloomberg, a tecnológica fundada por Mark Zuckerberg vai apertar o orçamento em 2026 em todas as áreas, mas a unidade de negócio do Metaverso vai ser a mais visada pelos cortes orçamentais.

O orçamento da unidade pode ser reduzido até 30% e associadas às reduções podem vir despedimentos. Zuckerberg terá pedido aos executivos da Meta que avançassem com cortes de custos de 10% em toda a linha, mas que as reduções de custos no ramo do metaverso teriam de ser mais expressivas. Entretanto, um porta-voz da empresa já fez uma declaração sobre o tema, reagindo à noticia da agência. “Dentro do nosso portfólio geral da Reality Labs, estamos a transferir parte do nosso investimento do metaverso para óculos e dispositivos vestíveis com inteligência artificial, dado o impulso que existe nessa área”, explicou.


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