[weglot_switcher]

Metropolitano de Lisboa com prejuízos de 21,1 milhões em 2022

A empresa liderada por Vítor Santos diz no relatório que no ano passado o ML foi uma das empresas de transportes públicos que mais recuperou, com a procura a crescer 63% em relação ao ano de 2021.
Metro de Lisboa
29 Junho 2023, 17h15

No exercício de 2022, o grupo de empresas Metropolitano de Lisboa, apresentou resultados líquidos consolidados negativos de 21,1 milhões de euros (21.138.782,19 euros), e resultados líquidos negativos nas contas individuais de 21.135.399,74 euros, segundo revelou a empresa em comunicado. Este prejuízo vai ser levado a resultados transitados.

As contas consolidadas integram os resultados do Metropolitano de Lisboa (ML) e das empresas por si detidas a Ferconsult, a Metrocom, o TREM ACE e o TREM II ACE.

O EBITDA consolidado atingiu os 1,5 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 3,97 milhões de euros em 2021.

Já os rendimentos operacionais consolidados somaram 128,9 milhões e os gastos operacionais totalizaram 127,4 milhões.

A empresa liderada por Vítor Santos diz no relatório que no ano passado o ML foi uma das empresas de transportes públicos que mais recuperou, com a procura a crescer 63% em relação ao ano de 2021.

Comparando com valores Pré-Covid, o total de validações (passageiros registados) em 2022 apresenta um total de 133 milhões, o que representa menos 23% dos valores semelhantes de 2019. “Em relação às Receitas (inclui PART Fixo e comparticipações), verificou-se um incremento de 64,2% quando comparadas com 2021 e estamos a 6,4% dos valores comparáveis de 2019″, revela o presidente do Metro.

“Durante o ano de 2022 prosseguiram as intervenções para a instalação do Communications-Based Train Control (CBTC), o novo sistema de controlo de comboios, que consubstancia a parte mais relevante do projeto de Modernização do ML, potenciando melhorar a regulação do tráfego com uma redução muito significativa da frequência das nossas circulações de comboios e, consequentemente, melhorar a qualidade do serviço prestado ao cliente”, destaca Vítor Santos.

O projeto de modernização da rede do ML prevê um investimento de 114,5 milhões de euros no novo sistema desinalização CBTC nas linhas Azul, Verde e Amarela, que inclui a aquisição de 14 novas unidades triplas (41 carruagens), estando, também, prevista a adaptação de 70 unidades triplas ao novo sistema de sinalização, adianta o presidente do Metro de Lisboa.

“Durante o ano de 2022 as nossas equipas de controlo e supervisão do fabrico das novas carruagens deslocaram-se, com a assiduidade necessária, a Valencia, à fábrica do fornecedor (ACE Siemens Stadler), bem como a vários locais dos centros de fabrico de componentes. Também representantes da Comissão de Trabalhadores tiveram a oportunidade de aí se deslocarem e analisarem e comentarem o protótipo do posto de condução / cabine do maquinista”, detalha Vítor Santos.

No âmbito da construção da linha Circular, que prevê a ligação das linhas Amarela e Verde, o presidente do Metro de LIsboa diz que “os projetos desenvolvem-se em bom ritmo nos três lotes adjudicados”.

“Na empreitada do Lote 1, o túnel já está todo aberto entre o Liceu PedroNunes e o início da futura estação de Santos, desenvolvendo-se os restantes trabalhos contratados. De modo idêntico, a empreitada do Lote 3, Viadutos no Campo Grande, teve uma boa execução em 2022, esperando-se a sua conclusão em 2023”, acrescenta.

Vítor Santos reconhece que “as maiores dificuldades têm surgido no Lote 2 (entre Santos e Cais do Sodré) pelas caraterísticas próprias daempreitada. Ainda em 2022 foram abertas as propostas referentes ao concurso público para adjudicação da empreitada de projeto e construção dos acabamentos e sistemas (Lote 4)”.

Para a promoção dos Transportes Públicos na Área Metropolitana de Lisboa o ML e a Estrutura de Missão “Recuperar Portugal” celebraram, em 2021, os contratos de financiamento para a realização dos investimentos com vista ao prolongamento da linha Vermelha até Alcântara e para a implementação de um Metro Ligeiro de SuperfícieOdivelas/Loures, ambos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência 2026.

“No âmbito do projeto de expansão, após a submissão, em dezembro de 2021, do Estudo Prévio do Prolongamento da Linha Vermelha, entre São Sebastião e Alcântara, para efeitos da Avaliação de Impacte Ambiental junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o ML obteve, no 3º trimestre de 2022, a aprovação da Declaração de Impacto Ambiental”, acrescenta o presidente do Metro.

Já em janeiro de 2023, coincidindo com os 75 anos do Metro de Lisboa, “foi lançada a abertura do concurso público relativo ao prolongamento desta linha, que se iniciará através de um troço em túnel já existente junto ao Palácio da Justiça e terá uma extensão total de cerca de 4 km, incluindo cerca de 380 metros em viaduto”, refere Vítor Santos que adianta que se prevê a construção de três novas estações subterrâneas (Campolide/Amoreiras, Campo de Ourique e Infante Santo) e uma à superfície (Alcântara).

Em relação ao Metro Ligeiro de superfície Loures/Odivelas o Estudo de Impacte Ambiental deste projeto foi entregue à APA em agosto deste ano, encontrando-se em curso a respetiva Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).

“Apesar de todo o esforço efetuado pelas várias áreas da empresa o volume de investimento esteve muito aquém do pretendido”, reconhece o presidente do Metro.

“Para racionalizar e reduzir o consumo de energia na rede, encontra-se em curso um plano de alteração e substituição da iluminação existente nas estações por tecnologia LED.”, segundo o relatório. Em 2024 o Metro de Lisboa prevê colocar em serviço uma central fotovoltaica no Parque de Material e Oficinas das Calvanas, com capacidade para produzir dois MW de energia por ano, uma medida que permitirá reduzir a dependência dos nossos fornecedores de energia em 5%.
“Uma das áreas que merece uma continuada atenção do ML tem a ver com a procura de rentabilização do seu património físico disperso por variados lugares de Lisboa. Durante o ano de 2022 continuamos com o novo executivo da Câmara Municipal de Lisboa as negociações relativas à aprovação do plano urbanístico para os terrenos do antigo Parque de Material e Oficinas de Sete Rios, que, infelizmente, ainda não tiveram uma conclusão”, revela o presidente da empresa na mensagem que consta do relatório e contas.
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.