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Mexia. “EDP já investiu 10 mil milhões nos EUA. Estão criadas as condições para que investimento não seja afetado”

António Mexia reagiu às declarações do secretário da Energia dos Estados Unidos sublinhando o investimento feito pela elétrica nos EUA: “Somos dos players mais importantes nos EUA”, afirmou o gestor.
  • Cristina Bernardo
20 Fevereiro 2020, 18h00

A EDP já investiu mais de 10 mil milhões de euros nos Estados Unidos. Os dados apresentados hoje pela elétrica portuguesa foram revelados uma semana depois de um membro de topo do Governo de Donald Trump ter apontado que a presença de um acionista chinês na EDP “pode representar problemas”.

“Os Estados Unidos são importantes para a EDP, mas a EDP é um dos players importantes nos EUA, isso é reconhecido e apreciado. Nos EUA já investimos mais de 10 mil milhões de euros”, disse o presidente executivo da EDP esta quinta-feira em conferência.

“Estão criadas as condições para que o nosso investimento não seja afetado. É prioritário manter  o papel que os EUA tem: dos 3 mil MW contratados em 2019, 50% são no EUA”, destacou.

“Estamos atentos às nossas obrigações no cumprimento da regulação americana, estão criadas as condições para que o crescimento nesta plataforma não seja afetado”, sublinhou o presidente executivo da EDP.

António Mexia respondeu assim às declarações do secretário da Energia dos Estados Unidos, quando na semana passada defendeu que mais companhias norte-americanas deviam investir na EDP.

“Espero que empresas norte-americanas invistam na EDP”, disse Dan Brouillette esta quinta-feira durante um encontro com jornalistas em Lisboa. “Queremos que se torne maior no mercado norte-americano”, declarou o Secretário da Energia dos Estados Unidos da América.

Questionado sobre se a presença da CTG no capital do grupo EDP pode vir a ser um problema para a empresa nos EUA, mesmo depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da CTG ter falhado, o governante apontou que pode vir a representar um problema, à medida que a empresa cresce nos EUA.

“A preocupação é, à medida que a EDP cresce nos Estados Unidos, e esperamos que continue a crescer, a presença do investimento chinês na EDP pode representar problemas, à medida que o crescimento continua. E é isso que vamos avaliar muito diretamente”, afirmou Dan Brouillette.

“Em relação ao investimento chinês na EDP, representa alguns desafios para nós nos Estados Unidos, porque a abordagem dos chineses, vou usar uma palavra dura, é literalmente roubar propriedade intelectual. Sabemos isso como nação, outras nações sabem isso, e nas minhas conversas aqui em Portugal é um facto largamente reconhecido, os chineses têm sido muito agressivos no roubo de propriedade intelectual, ao ponto de isto representar um risco para a rede de eletricidade norte-americana, ou um risco para a nossa defesa nacional. Vamos tratar destes assuntos de forma muito agressiva e muito dura”, declarou o Secretário da Energia norte-americano.

A China Three Gorges, empresa estatal chinesa, detém 23,27% da EDP. Seguem-se os espanhóis da Oppidum Capital (7,19%), os norte-americanos da BlackRock (5,01%), a Mubadala Investment Company de Abu Dhabi (3,15%), o fundo norte-americano Paul Elliott Singer (2,45%).

Por sua vez, o grupo EDP detém quase 83% do capital da EDP Renováveis, com 17% nas mãos de outros acionistas. Destes restantes acionistas, a maioria (26%) tem origem nos Estados Unidos, seguido do Reino Unido (18%) e do Luxemburgo (16%).

Os fundos norte-americanos Capital Group e Blackrock chegaram a deter 22% da EDP em 2015, superando os então 21,35% da CTG. No entanto, a presença norte-americana tem vindo a diminuir desde então na maior elétrica nacional.

https://jornaleconomico.pt/noticias/governo-de-trump-gostava-de-ver-mais-capital-dos-eua-na-edp-investimento-chines-pode-vir-a-ser-um-problema-para-edpr-nos-eua-547462

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