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Microsoft à procura do homem do tanque de guerra

Em algumas jurisdições, o motor de busca da empresa não remete para as imagens da Praça Tiananmen que se tornaram famosas há 32 anos. O governo de Pequim pode estar por trás da censura.
  • 4 – Microsoft (116 mil milhões de euros)
5 Junho 2021, 17h23

A Microsoft afirmou que um “erro humano acidental” está por trás do facto de o seu motor de busca Bing não mostrar resultados de imagens para a consulta ‘homem-tanque’ nos Estados Unidos e noutros países – o que motivou suspeitas de que poderia haver uma censura em torno do aniversário da repressão da Praça Tiananmen, em Pequim, onde há 32 anos a polícia investiu sobre milhares de manifestantes e uma imagem de um chinês enfrentando um enorme tanque de guerra passou a ser iconográfica.

Reino Unido, Alemanha e Singapura disseram na passada sexta-feira que, quando realizaram a pesquisa, o Bing devolvia a mensagem ‘Não há resultados para o homem-tanque’. David Greene, diretor da Electronic Frontier Foundation (organização sem fins lucrativos), disse, citado pela agência Reuters, que “erros flagrantes são cometidos todos os dias”, mas acrescentou que, “na pior das hipóteses, isso foi supressão proposital a pedido de um Estado poderoso”.

Horas depois de a Microsoft reconhecer o problema, a pesquisa ‘homem-tanque’ remetia apenas para fotos de tanques. “Estamos a trabalhar ativamente para resolver o problema”. Mecanismos de busca menores, como o DuckDuckGo, enfrentaram problemas semelhantes em torno de pesquisas ‘homem-tanque’ e disseram que esperavam uma correção em breve.

Uma percentagem significativa dos funcionários da Microsoft que trabalham com o Bing estão sediados na China, incluindo alguns que trabalham em software de reconhecimento de imagem.

A China exigi que os motores de busca que operam na sua jurisdição censuram resultados, mas essas restrições raramente são aplicadas noutros lugares.

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