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Microsoft garante ter impedido fraudes no valor de 3,7 mil milhões de euros impulsionadas por IA

Na nona edição do seu relatório de cibersegurança, empresa revela que, entre abril de 2024 e abril de 2025, conseguiu travar inúmeras tentativas de fraude ao rejeitar 49 mil inscrições fraudulentas de parcerias e bloqueando cerca de 1,6 milhões de tentativas de inscrição de bots por hora.
Pedestrians walk past a Microsoft Experience Center, following a global IT outage, in New York City, U.S. July 19, 2024. REUTERS/Kent J. Edwards
16 Abril 2025, 15h36

A Microsoft divulgou a nona edição do seu relatório de cibersegurança, Cyber Signals, onde destaca o aumento dos esquemas fraudulentos impulsionados por Inteligência Artificial (IA) em áreas como o comércio eletrónico e processos de recrutamento.

Entre abril de 2024 e abril de 2025, a empresa conseguiu impedir tentativas de fraude que totalizaram aproximadamente 4 mil milhões de dólares (cerca de 3,7 mil milhões de euros), rejeitando 49 mil inscrições fraudulentas de parcerias e bloqueando cerca de 1,6 milhões de tentativas de inscrição de bots por hora.

A IA está a facilitar a vida aos cibercriminosos, permitindo-lhes criar conteúdos convincentes, como websites falsos e campanhas de phishing, de forma rápida e económica. Esses ataques estão a ser observados em todo o mundo, com uma concentração significativa de atividades provenientes da China e da Europa, especialmente da Alemanha, que é um dos maiores mercados de comércio eletrónico da União Europeia, sustenta o documento.

No comércio eletrónico, websites fraudulentos podem ser criados em minutos com o auxílio da IA, imitando sites legítimos com descrições de produtos e avaliações de clientes geradas automaticamente. Além disso, chatbots de atendimento ao cliente baseados em IA complicam ainda mais a situação, atrasando reembolsos e manipulando reclamações, acrescenta o documento.

A Microsoft diz ter implementado defesas robustas para proteger os clientes contra essas fraudes, incluindo o Microsoft Defender for Cloud, que oferece proteção abrangente para recursos do Azure, e o Microsoft Edge, que inclui mecanismos de proteção contra erros de digitação e imitações de domínios.

No que diz respeito aos processos de recrutamento, a IA generativa tem facilitado a criação de anúncios falsos em plataformas de emprego. Os cibercriminosos geram perfis e campanhas de phishing que aumentam a credibilidade das fraudes, dificultando a identificação de ofertas fraudulentas. A Microsoft recomenda que plataformas de emprego implementem autenticação multifator e tecnologias de deteção de fraude para proteger os utilizadores.

Outro ponto abordado no relatório é a crescente incidência de fraudes através de suporte técnico, que têm afetado empresas e levado muitos utilizadores a partilhar acesso remoto com falsos técnicos de IT. Um exemplo é o grupo cibercriminoso Storm-1811, que tem utilizado engenharia social para enganar as vítimas, diz a Microsoft.

Para combater essas ameaças, a Microsoft assegura que melhorou a proteção do Quick Assist, bloqueando uma média de 4.415 tentativas de conexão suspeitas diariamente. A empresa também está a adotar uma abordagem proativa, integrando medidas de prevenção de fraudes no design dos seus produtos e serviços, com o objetivo de torná-los “Fraud-resistant by Design”.

Além disso, a Microsoft revela que continua a desenvolver tecnologias avançadas, como machine learning e deep learning, para detectar e prevenir fraudes em larga escala, contribuindo para a segurança de milhões de utilizadores em todo o mundo.

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