Pouco mais de dois anos depois de renovar a sede em Portugal, a Microsoft pondera deslocalizar a empresa e abrir um novo espaço fora de Lisboa, passando assim a ter mais um escritório no país – noutra cidade, menos cosmopolita.
“Estamos a estudar outras localizações, a procurar estudar possibilidades de deslocalização de Lisboa. Acreditamos que podemos abrir ainda mais o leque de possibilidades. Sem dúvida que, cada vez mais, as empresas vão tirar partido destes modelos de trabalho híbrido, para criar mais oportunidades de emprego descentralizadas, além dos principais centros urbanos”, revelou esta terça-feira a diretora da Microsoft Portugal.
Sem detalhar o local e o investimento que será necessário, a diretora da Microsoft Portugal destacou que a tecnológica tem crescido, nomeadamente em termos de parceiros – que são hoje mais de 3 mil – e de recursos humanos, uma vez que desde o início da pandemia entraram na Microsoft Portugal 440 novos colaboradores e existem neste momento 218 vagas de emprego em várias áreas.
“Todos sabemos que as necessidades de talento são superiores à oferta. Já assistimos a essa tensão. Queremos continuar a apostar no país”, sublinhou Paula Panarra, reiterando que o objetivo vai ainda mais além e envolve responsabilidade social: ter 2% da força de trabalho até 2023 com algum tipo de deficiência.
Paula Panarra avançou ainda que, na próxima semana, arranca um projeto de descentralização da inovação e de apoio ao empreendedorismo nacional com o apoio do Ministério da Economia e da Transição Digital.
A Microsoft Portugal, que tem escritórios no Parque das Nações e nas Amoreiras, começou ontem um movimento de soft opening [abertura suave, na tradução livre], em que o regime de home office ainda é o recomendado, mas abre-se a hipótese de alguns trabalhadores poderem trabalhar no escritório com a assinatura de um compromisso de saúde (de que não têm sintomas) e marcação de lugar.
“Acreditamos que as pessoas estão mais propensas para fazer essa escolha [trabalhar no escritório ou em casa]. A flexibilidade que dermos é um fator de atração de talento e de maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, disse a gestora, num pequeno-almoço online com jornalistas.
A seu ver, num futuro breve – com a situação epidemiológica totalmente controlada – as empresas têm de repensar os seus espaços, para manter a inclusão entre quem está no edifício ou através do Teams. Logo, as salas de brainstorming têm de ser mais abertas e as de reuniões mais pequenas e com melhores equipamentos tecnológicos, por exemplo.
É ainda importante adequar e criar ferramentas que tenham em conta as preocupações com a saúde mental, destacou Paula Panarra à imprensa. É o caso da plataforma de employee experience desenvolvida pela Microsoft, que está pensada nesta ótica de colaboração, conhecimento e melhoria dos hábitos de trabalho. Ou seja, tecnologia que recomenda as pessoas a silenciar as notificações ou a dedicar mais tempo a si próprio.
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