O presidente do BCP, Miguel Maya, falava na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, quando foi questionado sobre a decisão do Governo de construir o novo aeroporto em Alcochete. “Vemos com satisfação que finalmente se tenha tomado a decisão” do novo aeroporto de Lisboa, e o BCP “vai estar particularmente ativo em tudo o que seja apoiar os seus clientes em todas as infraestruturas e oportunidades de negócios relacionadas” com o projeto.
O banco “quer procurar estar com os seus clientes para tirarem partido dessas oportunidades”, adiantou.
Miguel Maya elogiou ainda a medida da garantia pública para viabilizar o crédito à habitação de jovens, mas salientou que “faltam os detalhes da medida” e “o diabo pode estar nos detalhes”.
“É muito positivo é para a sociedade”, disse o banqueiro sobre a garantia pública para viabilizar crédito à habitação que deverá dirigir-se a jovens até aos 35 anos e ficará sujeita a um teto máximo de rendimentos dos beneficiários e de preço do imóvel adquirido.
O tema da habitação “é um tema sério” e “há carência de habitação em Portugal”, defendeu o CEO do banco. É um problema do lado da oferta (de casas) e do lado da procura, frisou o banqueiro, que elogiou o facto de se estar a reconhecer o problema de a maioria dos jovens não ter os 10% dos fundos próprios para poderem dar de entrada numa casa, e de isso estar a condicionar o mercado do crédito à habitação. Pelo que Miguel Maya considera positiva a medida de o Estado ajudar os jovens a contratar crédito habitação.
“Essa preocupação, se bem materializada vai dar um contributo bastante positivo para dar resposta ao problema da procura de crédito à habitação”, disse o CEO do banco.
A garantia pública para viabilizar o crédito à habitação de jovens vai ficar sujeita a limites de rendimentos dos beneficiários e dos preços dos imóveis. A iniciativa faz parte da nova estratégia para a habitação, denominada Construir Portugal. Mas ainda não são conhecidos os detalhes.
O crédito à habitação é simultaneamente uma poupança, frisou.
O banco também estará disponível para ajudar os clientes no aumento da oferta de habitação.
“O BCP estará disponível interessado, empenhado e envolvido, conhecendo os programas, estará próximo da sociedade. Estamos cá para fazer parte da solução”.
“Para termos salários mais altos temos de aumentar a rentabilidade e competitividade das empresas”, defendeu ainda Miguel Maya.
O CEO do BCP revelou ainda que “só neste trimestre mais de 5.800 clientes de crédito à habitação procuraram reestruturar o seu crédito à habitação”.
Por outro lado comentou a política de dividendos. “Temos de remunerar adequadamente os acionistas”, disse ainda o CEO do banco, quando questionado sobre o destino do rácio de capital, que em termos de CET1 é de 16% e em termos de rácio de capital total é de 20,5%, o que corresponde, respetivamente, a um aumento de 246 pb e 255 pb face ao período homólogo.
(atualizada)
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