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Miguel Morgado: “Não quero uma geringonça de direita, mas uma união devidamente calculada”

O antigo assessor político de Pedro Passos Coelho quer promover o diálogo entre os partidos não-socialistas para que possa ser criada uma união construtiva à direita e possa nascer “uma verdadeira alternativa ao atual Governo de António Costa”.
  • Miguel Morgado é um rosto conotado com a anterior liderança de Pedro Passos Coelho. O setubalense foi um dos principais críticos pelo resultado conquistado pelo PSD nestas Legislativas de 2019
13 Março 2019, 07h43

O social-democrata Miguel Morgado, que vai lançar o Movimento 5 de Julho (Movimento 5.7), considera que é essencial refundar a direita portuguesa e preparar terreno para o “florescimento de novas ideias e conceitos”. O antigo assessor político de Pedro Passos Coelho quer promover o diálogo entre os partidos não-socialistas para que possa ser criada uma união construtiva à direita e possa nascer “uma verdadeira alternativa ao atual Governo de António Costa”.

“Tendo em conta que o Partido Socialista se encostou a partidos extremistas de esquerda e aí encontrou uma espécie de casulo identitário, é essencial que se encontre uma alternativa à direita. A questão deixou de ser meramente aritmética. É preciso uma alternativa para acabar com o socialismo de corrupção e estagnação”, explicou Miguel Morgado ao Jornal Económico, depois de esta terça-feira ter sido confirmada a criação do Movimento 5.7.

A apresentação pública do movimento e do seu manifesto será feita no dia 23 de março, em Lisboa. Para já, Miguel Morgado adianta que o movimento junta vários militantes do PSD, do CDS, da Aliança e da Iniciativa Liberal, a que se juntam outros cidadãos independentes. A ideia é criar uma espécie de “grupo de trabalho” em que os partidos e sociedade civil participem, “sem sacrificar as suas diferenças”, para encontrar orientações comuns e afirmarem uma alternativa de direita.

“O Movimento 5.7 resulta da iniciativa de um conjunto de pessoas de diferentes partidos políticos e pessoas independentes que, depois de ter sido feito um diagnóstico à situação atual dos partidos, se aperceberam de que havia um conjunto de carências em termos cívicos, culturais e intelectuais no espaço não-socialista e não-comunista, ou seja, à direita”, afirmou o deputado do PSD.

Miguel Morgado assegura que o movimento não tem qualquer pretensão de servir de “embrião” para o aparecimento de outro partido político, mas que o movimento se vai dedicar apenas a ajudar os partidos da direita que já existem. O nome do movimento faz alusão à data em que foi fundada a Aliança Democrática, em 1979, que juntou o PSD de Francisco Sá Carneiro, o CDS de Diogo Freitas do Amaral e o PPM de Gonçalo Ribeiro Telles. É a pensar nesta aliança que o Movimento 5.7 pretende moldar a direita, tendo em conta os avanços temporais.

“Como tenho vindo a defender, não quero uma ‘geringonça de direita’. Com este movimento, queremos uma união entre partidos não-socialistas devidamente pensada e calculada. Na atual geringonça não temos isso. Foi criada apenas como forma de assegurar o PS de António Costa no Governo. Defendemos a reconstrução e refundação dos partidos da direita como preparação de terreno para o florescimento de novas ideias e conceitos”, acrescentou Miguel Morgado.

Miguel Morgado acrescenta ainda que o país se vai apercebendo dos “erros do Governo” e que isso dá margem para que uma alternativa à direita possa surgir. O movimento conta com personalidades como Ana Rita Bessa e Cecília Meireles (ambas do CDS), Carlos Guimarães Pinto (Iniciativa Liberal), o empresário Alexandre Relvas, os advogados António Vieira de Almeida e Tomás Almeida Ribeiro, assim como o historiador Rui Ramos.

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