A EDP vai atingir a meta de 90% de energias renováveis, em termos de capacidade, este ano, revelou hoje o presidente-executivo da elétrica durante o Fórum Económico Mundial em Davos na Suíça.
Em entrevista à “CNBC”, Miguel Stilwell de Andrade avançou que a empresa vai aumentar dos 85% atingidos em 2023 para os 90% em 2024 de energias renováveis.
“Estamos a trabalhar muito duramente para manter esta coroa”, disse o gestor, referindo-se ao facto de ter sido considerado a elétrica mais sustentável do mundo pela S&P. “Vamos acabar com o carvão até 2025, ser 100% renováveis até 2030, e carbono zero em 2040”.
O CEO apontou que a aposta nas renováveis a nível mundial acontece cada vez mais devido à segurança de abastecimento por razões geopolíticas e não tanto por necessidades ambientais, apontando que durante a crise de energia na Europa, Portugal conseguiu manter os preços estáveis na eletricidade devido ao peso das renováveis, não estando dependente do preço do gás.
Sobre o licenciamento, defendeu a criação de um balcão único, maior digitalização e a criação de benchmarks para as empresas saberem com o que podem contar. “Tudo isso ajudaria se fosse feito em vários países”, defendeu, apontando que apesar das boas intenções da Comissão Europeia é preciso que as medidas tomadas em Bruxelas surtam efeito no terreno.
Sobre os custos das renováveis, salientou que a criação de contratos com preços fixos para 20/30 anos ajuda a criar estabilidade no sector.
Em relação à cadeia de abastecimento, apontou que Europa tem grandes empresas que produzem componentes para a energia eólica, mas que a China domina na energia solar, apesar de outros países estarem a intrometer-se na corrida, como o Vietname ou a Coreia do Sul. Já nos EUA, o programa de fomento industrial IRA está a tentar crar esta indústria em solo americano.
Questionado sobre a tensão no Mar Vermelho, apontou que mais tempo de navegação “significa mais tempo e mais custos”.
Sobre o impacto disto nos projetos da empresa, disse que a EDP tem “flexibilidade” nos seus projetos que serve como “almofada”. Mas “se ficar pior, mais agravada, vai ser um problema para a cadeia de abastecimento”, admitiu.
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