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Milhares de turistas em fuga do Sri Lanka após ataque terrorista que matou 290 pessoas incluindo um português

Os turistas estão a cancelar as suas férias e a dirigirem-se para o aeroporto para tentarem sair do país, após os ataques suicidas que também vitimaram um cidadão português.
22 Abril 2019, 09h25

Os turistas que se encontram no Sri Lanka estão a tentar sair do país após um ataque terrorista que vitimou 290 pessoas e causou cerca de 500 feridos. Perante o receio de mais ataques, os turistas estão a cancelar as suas férias e a dirigirem-se para o aeroporto para tentar apanhar o primeiro avião para sair do país.

O relato é feito pela Bloomberg esta segunda-feira, 22 de abril, um dia após o ataque terrorista que matou 290 pessoas, na sua maioria cidadãos nacionais.

O número de turistas a quererem sair do país pode atingir os milhares de pessoas, segundo a Autoridade de Desenvolvimento do Turismo do Sri Lanka, que não avançou um número exato.

Mas o ataque também vitimou um total de 39 cidadãos estrangeiros, incluindo um português: Rui Lucas, com 31 anos, natural da freguesia de Repeses, Viseu, segundo o Jornal de Notícias. Rui Lucas estava em lua-de-mel no país, após se ter casado na semana passada, e foi vítima de uma das explosões no hotel Kingsbury, localizado na capital Colombo, causada por um bombista suicida.

O ataque também vitimou cidadãos da India, Turquia, Estados Unidos e Reino Unido.

Segundo a Lusa, duas famílias portuguesas encontravam-se de férias no Sri Lanka no domingo. Uma delas tinha voo marcado para regressar a Portugal no domingo, conforme planeado antes dos ataques, e iria dirigir-se para o aeroporto mais cedo. No país existem cerca de 10 portugueses a residir, que se “encontram bem de saúde”, segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas José Luís Carneiro.

O Governo português desaconselho qualquer viagem ao país asiático. “Devido ao atentado no domingo 21 de abril de 2019, desaconselham-se todas as viagens não essênciais ao Sri Lanka até publicação de novo aviso”, segundo o aviso do Executivo de António Costa.

A maioria dos estrangeiros foram mortos nos hotéis Kingsbury, Shangri-La e Cinnamon Grand localizados na capital Colombo.

Os sítios mais turísticos permanecem fechados, como o Temple do Tooth em Kandy. Já hotéis como o Taj Samudra e o Ramada ergueram barricadas e estão a controlar os automóveis que entram no local.

O setor do turismo contribui com quase 5% para a economia deste país que recebeu 2,3 milhões de turistas em 2018, principalmente da India, China, Reino Unido, Alemanha e Austrália, segundo os dados da Bloomberg.

A India é o maior mercado emissor de turistas para o Sri Lanka e as agências de viagens deste país já estão a cancelar viagens.

O Sri Lanka conta com uma população de 22 milhões de pessoas, incluindo minorias cristãs, muçulmanas e hindu (13%), com a maioria da população (70%) a corresponderem a budistas cingaleses.

A guerra civil no Sri Lanka terminou há 10 anos. O conflito terminou após a vitória do Governo, constituído principalmente por budistas, face aos guerrilheiros da minoria étnica Tamil, que são principalmente hindus.

Segundo o The Guardian, também tem havido tensões entre a minoria muçulmana (10% da população) e a maioria de budistas cingaleses.

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