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Ministério de Pedro Nuno Santos está “indignado” com vídeo de responsáveis de recursos humanos da TAP

A TAP comunicou a 31 de maio que reduziu de 2.000 para 206 o número de trabalhadores que ainda têm de sair da empresa. A próxima ronda de rescisões voluntárias vai assim ficar-se nestes 206 trabalhadores. Se não aceitarem, a companhia aérea avança para o processo de despedimento coletivo em julho.
15 Junho 2021, 12h32

A tutela de Pedro Nuno Santos criticou o vídeo de dois responsáveis de recursos humanos da TAP em que comentam as contratações em Espanha.

“O Ministério das Infraestruturas e da Habitação está indignado com o vídeo que circula com dois trabalhadores da TAP com elevadas responsabilidades na companhia, sendo um deles o diretor de Recursos Humanos”, disse fonte oficial do ministério ao JE.

A tutela aguarda agora pelos “resultados do processo de inquérito instaurado pela TAP”, que foi anunciado pela companhia aérea esta terça-feira.

No vídeo filmado na ‘Plaza Mayor’ no centro da capital espanhola, o diretor de Recursos Humanos da empresa, Pedro Ramos, e o diretor de recursos humanos da Manutenção & Engenharia, João Falcato, comentam o dia de recrutamento que realizaram num momento em que a companhia enfrenta uma forte reestruturação da sua operação.

“Estamos em Madrid, eu e o meu colega e amigo, João Falcato. Já fizemos seleção de pessoas esta tarde”, começa por dizer o responsável que se encontra acompanhado por João Falcato, direito de recursos humanos da Manutenção & Engenharia.

“E como é selecionar pessoas neste contexto pandémico?”, questiona Pedro Ramos.

“Estamos a fazer avaliações, [os entrevistados] são muito mais abertos, estão muito mais à procura de oportunidades. Continuamos a encontrar gente de excelente qualidade, que acham que isto já passou [pandemia]”, responde João Falcato.

“Gente que não estaria disponível e que está disponível no mercado fruto da pandemia. Esperamos trazer para a TAP. Vamos conseguir contratar. Vamos selecionar os melhores”, acrescenta João Falcato.

O Jornal Económico também questionou o ministério das Infraestruturas sobre este vídeo e as contratações em Espanha num momento em que a companhia aérea tem vindo a reduzir a sua força de trabalho em Portugal, mas não obteve resposta até ao momento.

O Bloco de Esquerda já anunciou que vai questionar hoje o Governo sobre esta situação: “Não se pode aceitar um despedimento coletivo e depois anunciar recrutamentos com esta desfaçatez”, escreveu a deputada bloquista Isabel Pires nas redes sociais.

A TAP comunicou a 31 de maio que reduziu de 2.000 para 206 o número de trabalhadores que ainda têm de sair da empresa. Segundo a missiva interna citada pela Agência Lusa, as saídas tiveram lugar depois de implementados acordos de emergência e a adesão a medidas voluntárias.

A próxima ronda de rescisões voluntárias vai assim ficar-se nestes 206 trabalhadores. Se não aceitarem, a companhia aérea avança para o processo de despedimento coletivo em julho.

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