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Ministra da saúde avisa que levantamento de situação de calamidade na região de Lisboa depende da “consolidação de dados”

Marta Temido comentava desta forma, na conferência de imprensa regular sobre a covid-19, as declarações do presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina, que disse hoje ser provável a retirada de todas ou de uma parte das freguesias que se encontram em estado de calamidade no âmbito da pandemia, caso a situação continue a evoluir positivamente.
Manuel de Almeida/Lusa
24 Julho 2020, 20h49

A ministra da Saúde afirmou hoje que o levantamento da situação de calamidade em freguesias da região de Lisboa depende da “consolidação de dados”, defendendo que “não se pode baixar a guarda” até haver vacina para a covid-19.

Marta Temido comentava desta forma, na conferência de imprensa regular sobre a covid-19, as declarações do presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina, que disse hoje ser provável a retirada de todas ou de uma parte das freguesias que se encontram em estado de calamidade no âmbito da pandemia, caso a situação continue a evoluir positivamente.

“Essa avaliação vai ser feita no início da próxima semana com o Governo. Se for possível registar, ao longo destes dias que ainda faltam, uma evolução positiva, como aquela que temos vindo a registar, o mais provável é de facto a retirada de freguesias da lista da situação de calamidade”, disse Fernando Medina.

A ministra lembrou que essa avaliação é feita “em momento próprio” pelo Conselho de Ministros: “Nós estabelecemos desde o início um calendário quinzenal para poder ter alguma estabilidade de informação e ter dados mais robustos mais fiáveis e, portanto, vamos respeitar esse calendário”, defendeu.

“Sabemos que de facto há áreas que estão a ter uma evolução mais rápida do que outras, que são áreas mais complexas com mais habitantes com características mais multifacetadas e sabemos, sobretudo, que muitas destas medidas que utilizamos nestes cinco concelhos são medidas muito importantes eventualmente para estender a outros territórios”, salientou.

Marta Temido disse estar a falar concretamente de “aspetos provavelmente menos mediáticos” como o trabalho das equipas multidisciplinares e das equipas de saúde pública.

“Acreditamos que é sobretudo por essa via que podemos garantir que a situação fica mais robusta, mais controlada e que em outros territórios também limítrofes a estes concelhos aquilo que é a progressão normal da doença pode ser evitada e, portanto, francamente o que tenho como resposta é que para a semana que vem iremos fazer essa avaliação em Conselho Ministros”, reiterou.

Segundo a ministra, essa avaliação “depende da consolidação de dados”.

“A grande lição que todos já temos hoje, até quando olhamos para a evolução de outros países, é que ninguém está livre da doença até ser descoberta uma vacina ou um tratamento eficaz, e não podemos baixar a guarda”.

Dezanove freguesias dos concelhos de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures, com maior incidência de novos casos de covid-19, estão desde 01 de julho numa situação de calamidade, com regras mais restritivas, em sentido contrário à generalidade do país.

Também questionada na conferência sobre uma notícia do Correio da Manhã, segundo a qual os mais de quatro mil profissionais de saúde infetados com covid-19 terem sofrido cortes no salário na ordem dos 30%, a ministra disse que foi promulgado na quinta-feira pelo Presidente da República o Orçamento suplementar ao artigo a que se refere esta situação e que protege de “uma forma mais abrangente estes trabalhadores”.

“Os trabalhadores que estão em contrato individual de trabalho têm equiparação para efeitos de dispensa de prova e indemnização por doença profissional, sendo assegurado o pagamento a 100% da retribuição relativamente às ausências por motivo de doença profissional”, assegurou.

Em Portugal, morreram 1.712 pessoas das 49.692 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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