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Ministra da Saúde diz que solução não passa apenas “por encerramentos ou concentrações”

“Acreditem que essas medidas não passam exclusivamente – eu sei que é aquilo que geralmente tem mais atração em termos mediáticos – mas não passam, de maneira nenhuma, por encerramentos ou concentrações apenas”, afirmou hoje aos jornalistas Ana Paula Martins no hospital da Prelada, no Porto.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, fala aos jornalistas após a reunião do Conselho de Ministros sobre o Plano de emergência e transformação na saúde, realizada na Residência Oficial, em São Bento, Lisboa, 29 de maio de 2024. FILIPE AMORIM/LUSAfilipe a
19 Agosto 2024, 14h52

A ministra da Saúde disse hoje que as soluções para que não haja serviços fechados nos hospitais não passam apenas “por encerramentos ou concentrações”, admitindo aplicar o que a comissão técnica criada pelo Governo sugerir.

“Acreditem que essas medidas não passam exclusivamente – eu sei que é aquilo que geralmente tem mais atração em termos mediáticos – mas não passam, de maneira nenhuma, por encerramentos ou concentrações apenas”, afirmou hoje aos jornalistas Ana Paula Martins no hospital da Prelada, no Porto.

“Há muitas outras medidas que temos que ter para garantir que as nossas equipas querem ficar no nosso Serviço Nacional de Saúde”, referiu Ana Paula Martins sem especificar.

Questionada diretamente se admite o encerramento de algumas urgências ou serviços para os concentrar em Lisboa, tal como já foi admitido pelo Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no caso das materno-infantis, a governante admitiu seguir as recomendações da comissão técnica criada pelo Governo.

“Admito aquilo que a comissão técnica entender que deve ser feito para bem das mães e das crianças, sempre com dois aspetos muito importantes”, no caso o suporte do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a colaboração dos profissionais de saúde.

Questionada sobre se também será necessário o diálogo com os autarcas no caso da concentração de serviços em Lisboa significar o fecho de algumas unidades, especialmente em véspera de eleições autárquicas (em 2025), Ana Paula Martins confirmou.

“Com os autarcas também, naturalmente, porque é um trabalho que tem de ser feito. Tem que haver muito boa comunicação. Temos que envolver os autarcas desde o primeiro momento. As medidas não serão aplicadas sem ouvir as comissões intermunicipais, que agora até fazem parte das Unidades Locais de Saúde”, adiantou.

Segundo a ministra, “sempre houve abertura dos autarcas” e “nunca houve falta de abertura, colaboração”, dando o exemplo de reuniões que já teve e da recente transferência de competências vindas da Administração Central.

Já sobre se o ‘timing’ para fazer as reformas necessárias no SNS é o ideal, a ministra disse que “é aquele a que chegámos, com um Serviço Nacional de Saúde que neste momento tem apenas 40% dos obstetras ao seu serviço”.

“É um momento, não há outro momento, é este o momento para, com serenidade, bom senso, prudência, boa comunicação e o envolvimento de todos, inclusive das populações, encontrarmos as melhores soluções”, vincou.

Ana Paula Martins assinalou a importância de se tomarem “medidas que sejam efetivamente bem recebidas”, garantindo o diálogo com as ordens profissionais e os sindicatos.

“Por vezes temos a melhor das intenções, pensamos que algumas medidas… vemo-las com bons olhos, mas depois percebemos que na prática, afinal, elas não se traduzem de uma maneira eficiente. Por isso é que o diálogo é fundamental”, concluiu.

A ministra acompanhou esta manhã a abertura do Centro de Atendimento Clínico (CAC) naquele hospital detido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, que receberá doentes com menor grau de urgência dos hospitais de São João, Santo António e linha SNS24.

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