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Ministra da Saúde não vê motivos para acabar com limitações à lotação nos transportes públicos

Para a governante, a frequência regular nos transportes públicos “é um dos factores que aumenta a exposição ao risco, sendo o transporte público definido como um espaço onde se acumula um número significativo de pessoas, por regra, e por ser um espaço fechado”.
Marta Temido, ministra da Saúde
17 Julho 2020, 16h40

A ministra da Saúde, Marta Temido, considera que não há motivo para acabar com as limitações à lotação nos transportes públicos, por não haver uma relação entre o uso dos mesmos e os surtos de Covid-19, de acordo com as suas declarações esta sexta-feira, na conferência de imprensa relativa à divulgação do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Nós temos sido sempre muito cuidadosos, com aquilo que são as nossas decisões”, começou por afirmar Marta Temido. Para a governante, a frequência regular nos transportes públicos “é um dos factores que aumenta a exposição ao risco, sendo o transporte público definido como um espaço onde se acumula um número significativo de pessoas, por regra, e por ser um espaço fechado”.

A ministra da Saúde explicou, ainda, que as recomendações do Governo e, consequentemente, da DGS surgem “em função das recomendações das organizações internacionais”, que seguem a identificação de causalidades únicas.

Por isso, não tendo informações contrárias, Marta Temido afirmou: “Não vejo motivo para podermos alterar aquilo que tem estado a ser definido”.

“É um facto que há vários estudos que apontam no sentido que não haja um identificação de causalidade direta entre as viagens em transportes públicos e a transmissão da infeção, desde logo porque é muito difícil identificar uma causalidade direta. Quem viagem em transportes públicos têm, além disso, um conjunto de outros factores de exposição ao risco – é difícil isolá-los e identificar uma causalidade única.

As declarações de Marta Temido surgiram na sequência de o ministro das Infraestruturas e das Habitação, Pedro Nuno Santos, ter admitido, em entrevista ao “Dinheiro Vivo” e à TSF, acabar com as limitações à lotação nos transportes públicos, por não haver uma relação entre o uso dos mesmos e a infeção pelo novo coronavírus.

“Temos que equacionar isso [deixar cair os limites à lotação nos transportes públicos]”, afirmou o governante, acrescentando que Portugal “é dos poucos países da Europa com essa regra” e que a “maioria das capitais onde há uma intensidade de utilização de transportes urbanos maior do que em Lisboa não tem essa limitação”.

Portugal conta esta sexta-feira com um total de 48.077 casos confirmados da Covid-19, mais 312 face ao dia anterior, segundo o boletim epidemiológico da DGS. O número de vítimas mortais por infeção com o novo coronavírus cresceu para 1.682, o que corresponde a mais três mortes nas últimas 24 horas.

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