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Ministro da Economia da Argentina acaba com restrições à compra de dólares depois de acordo com FMI

Com isto os argentinos não terão mais que seguir o limite de 200 dólares para compra de divisa no mercado de câmbio oficial. Esta política havia sido restabelecida no fim do governo de Mauricio Macri e aprofundada nas gestões de Alberto Fernández e Cristina Kirchner.
Argentine presidential candidate Javier Milei addresses supporters as they react to the results of Argentina’s runoff presidential election, in Buenos Aires, Argentina November 19, 2023. REUTERS/Agustin Marcarian
12 Abril 2025, 12h52

O Ministro da Economia argentino Luís Caputo anunciou esta sexta-feira que a Argentina chegou a acordo com o FMI e que o país vai acabar com as restrições para a compra de dólares que limitam o funcionamento normal da economia.

Luís Caputo anunciou que o Governo de direita e liberal de Javier Milei vai suspender os rigorosos controlos de capitais e divisas do país dentro de dias, uma aposta possibilitada pelo empréstimo do FMI.

Com isto os argentinos não terão mais que seguir o limite de 200 dólares para compra de divisa no mercado de câmbio oficial. Esta política havia sido restabelecida no fim do governo de Mauricio Macri e aprofundada nas gestões de Alberto Fernández e Cristina Kirchner.

Os argentinos passam a partir desta segunda-feira a poder comprar dólares livremente no mercado oficial, sem limites nem condições relacionadas com subsídios, emprego público ou benefícios sociais. Também será eliminada a cobrança de impostos sobre essas operações, que continuarão apenas em vigor para gastos com cartão no exterior e turismo. A taxa de 30% para o dólar turismo será mantida.

“O acordo vai permitir-nos, a partir de segunda-feira, suspender os controlos cambiais que limitam tanto o funcionamento normal da economia”, sublinhou Caputo, num discurso na sede do governo em Buenos Aires.

Acabar com o controle cambial neste contexto macroeconômico de ordem fiscal e monetária fará com que entrem investimentos que estavam à espera, defendeu Luís Caputo.

Argentina terá um regime de bandas cambiais, sendo que a moeda vai flutuar entre mil e 1,4 mil pesos, cujos limites serão alargados a uma taxa de 1% ao mês. Esta mudança anunciada pelo Banco Central do país também faz parte de acordo com o FMI.

Os controlos de capitais são um emaranhado de regulamentos que ajudam a estabilizar o peso a um ritmo oficial e impedem a fuga de capitais da Argentina.

Impostas pelo anterior governo de esquerda em 2019, as restrições limitam o acesso de particulares e empresas a dólares, desencorajando o investimento estrangeiro de que o Presidente Javier Milei necessita para atingir o objetivo de transformar a Argentina, fortemente regulamentada, numa economia livre.

Esta restrições criaram também um vasto mercado negro para a moeda norte-americana.

 

Ministro da Economia revelou que o desembolso inicial do FMI será de 12 mil milhões de dólares

O Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovaram na sexta-feira um programa de ajuda de 42 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros) para a Argentina.

O empréstimo do FMI deverá ascender a 20 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros), conforme anunciado no mesmo dia pelo ministro da Economia argentino, Luis Caputo.

Validado pelo conselho de administração do FMI, a ajuda prevê o desembolso imediato de uma primeira tranche, sem precedentes, de 12 mil milhões de dólares (10,6 mil milhões de euros), estando já prevista uma segunda de dois mil milhões de dólares (1,76 mil milhões de euros) em junho.

Trata-se de um “reconhecimento dos progressos impressionantes realizados na estabilização da economia argentina” e de um “voto de confiança na determinação do governo em prosseguir as reformas”, declarou a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, na rede social X.

A economia argentina vai crescer “como nunca antes”, reagiu, por sua vez, o Presidente argentino, Javier Milei, após o anúncio.

No entanto, a surpresa veio do Banco Mundial, que anunciou uma ajuda de 12 mil milhões de dólares ao país, para “apoiar as reformas que continuam a atrair o setor privado e reforçar as medidas tomadas para promover a criação de emprego”.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento, por sua vez, anunciou na sexta-feira que deverá conceder até 10 mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros) ao longo de três anos ao Governo argentino, após aprovação do conselho de administração do banco.

A inflação mensal na Argentina acelerou em março para o ritmo mais rápido em sete meses, de acordo com dados da agência oficial de estatísticas do país divulgados hoje.

Os preços no consumidor subiram 3,7% em relação ao mês anterior, principalmente como resultado do aumento dos preços dos alimentos.

O aumento acentuado, face à taxa de inflação de 2,4% em fevereiro, surpreendeu os analistas financeiros e deixou os argentinos cada vez mais preocupados com a possibilidade de o progresso do Presidente Javier Milei na redução dos aumentos de preços estar estagnado.

A última vez que a inflação subiu tanto numa base mensal foi em agosto de 2024, quando os preços subiram 4,2%.

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