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Ministro da Economia espera decisão sobre venda da Efacec ainda em 2021

“O Estado não tem vocação para gerir empresas industriais”, disse Pedro Siza Vieira, admitindo que será necessário arranjar “algum financiamento adicional” devido ao arrastar do processo de reprivatização, que depende da avaliação da única proposta vinculativa do grupo DST.
  • Cristina Bernardo
2 Dezembro 2021, 10h44

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, espera que a decisão sobre a única proposta vinculativa apresentada para a reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec que pertenciam a Isabel dos Santos seja tomada até ao final deste ano. “O Estado não tem vocação para gerir empresas industriais”, disse o governante num encontro com jornalistas realizado na manhã desta quinta-feira.

Pedro Siza Vieira reconheceu que a manutenção da holding sob controlo estatal “até nos vai obrigar a arranjar algum financiamento adicional”, mas destacou que os atuais 70 milhões de euros em garantias relativas ao bom cumprimento de contratos não é problemática, pois a Efacec tem mantido os compromissos com os seus clientes, levando a que outras garantias tenham sido libertadas entretanto.

Em causa está a avaliação da credibilidade da proposta vinculativa do grupo bracarense DST, que é a única que se mantém desde o início do processo de reprivatização da participação na Efacec anteriormente controlada pela filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos. Para trás ficaram a espanhola Iberdrola, a egípcia Elsewedy e a chinesa Chint, bem como a portuguesa Sing – Investimentos Globais, estando o processo concentrado na única proposta que apresentou um plano operacional capaz de garantir a capitalização da empresa e contribuir para o incremento das exportações portuguesas.

Na resolução do Conselho de Ministros de 2 de setembro dedicada à terceira fase de reprivatização da Efacec Power Solutions SGPS lê-se que estará em causa na avaliação de propostas vinculativas “a vantagem de poder maximizar a concorrência e, dessa forma, obter a proposta que melhor assegure o interesse público, que permita, nomeadamente, promover o valor operacional da Efacec e a sua valia industrial, potenciar o seu conhecimento técnico em áreas estratégicas e, bem assim, definir um quadro sustentável de capitalização da empresa tendo em vista a melhoria do seu quadro financeiro”.

Segundo o responsável pela tutela da Economia, que também falou das 64 candidaturas pré-qualificadas para as Agendas Mobilizadoras de Inovação Empresarial que contarão com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – incluindo duas propostas de consórcios liderados por empresas da Efacec. Um consórcio liderado pela Efacec Energia – Máquinas e Equipamentos Eléctricos candidata um investimento total de 365,8 milhões de euros para 12 linhas críticas de intervenção no sentido de gerar “um ecossistema estrutural sem precedentes para o sector energético nacional” – integrando redes elétricas inteligentes, mobilidade sustentável ou redes inteligentes de gás -, enquanto outro consórcio liderado pela Efacec Engenharia e Sistemas prevê 925,5 milhões de euros para fomentar uma fileira de produção de hidrogénio e metanol verdes que diminuam a dependência energética nacional e ao mesmo tempo reduzam o impacto ambiental de outros combustíveis.

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