O ministro da Economia, Pedro Reis, inicia hoje uma ronda de reuniões bilaterais com governantes e dirigentes de empresas multinacionais, bem como de fundos de investimento internacionais, no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, Suíça. “Os encontros, que se vão realizar durante dois dias, visam estreitar laços económicos e fomentar a captação de investimento externo para Portugal, num palco que reúne os principais líderes mundiais para debater os desafios globais que influenciam o mercado financeiro e as decisões de investimento”, revela o Ministério em comunicado.
Pedro Reis irá ainda reunir-se, entre outros, com o ministro de Estado para a Coordenação Económica da República de Angola, José Lima Massano, com o ministro da Economia e do Planeamento do Reino da Arábia Saudita, Faisal Alibrahim, e com o ministro do Turismo da Arábia Saudita, Ahmad Alkhateeb. Na agenda está também o encontro com a comissária europeia, Teresa Ribera, responsável pela pasta da Transição Limpa, Justa e Competitiva.
Recorde-se que, em julho do ano passado, o ministro Pedro Reis realizou uma visita de Estado a Angola. Na altura, o governante sublinhou a importância da relação entre os dois países, assinalando que são vários os setores de interesse por parte do Estado e da economia angolana e falou de um novo impulso na relação entre Lisboa e Luanda. De acordo com o INE, em 2023, o “stock” de Investimento Direto de Portugal em Angola cifrou-se em 1,6 mil milhões de euros, representando 2,5% do total do investimento direto português no estrangeiro.
Sobre a Arábia Saudita, o ministro considera que é um mercado de elevado potencial para as empresas portuguesas. No ano passado, visitou também o Qatar para reforçar as relações bilaterais, em particular as económicas, e atrair investimento para áreas como indústria, energia, serviços e mobilidade.
Vão passar pela estância de Davos 60 chefes de Estado e de governo e 900 líderes de grandes empresas. Além de Pedro Reis, outros membros do executivo estarão em Davos, como a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Entre os líderes empresariais, a comitiva fará representar-se por Cláudia Azevedo, CEO da Sonae; Rita Nabeiro, administradora executiva da Delta; Miguel Stilwell d’Andrade e Rui Teixeira, CEO e CFO da EDP; e Ana Luísa Virgínia, CFO da Jerónimo Martins. Os desafios energéticos, a indústria na era da Inteligência Artificial, o mercado de trabalho e a proteção do planeta serão temas em cima da mesa para discussão.
Os bastidores de Davos
Às sete horas da manhã, os líderes de todo o mundo já estão prontos para as conferências, debates e encontros de alto nível. Chegam a ser mais de 200 por dia a nível oficial. De facto, o Fórum pretende ser uma gigante reunião que junta pensadores e governantes de todo o lado. O ambiente é bastante informal (incluindo no traje) e de grande abertura nos debates, quer formais, quer informais.
Até existem autocarros próprios para transportar os membros de um lado para o outro. Há muitos apartamentos alugados (e prédios inteiros) por parte das empresas devido à falta de vagas nos hotéis. Diz-se que os banqueiros de investimento são um dos pilares de Davos e personagens fundamentais nas conversações e nos acordos feitos à margem. Mais importante ainda é a oportunidade para promover o networking com clientes, líderes empresariais, concorrentes, académicos e representantes governamentais.
A polícia suíça leva muito a sério a segurança do Fórum. Uma imagem de marca são os ‘snipers’ (atiradores especiais) no topo dos principais edifícios. Protegidos com equipamento especial contra a neve e o frio, controlam todas as zonas com binóculos. Além disso, muitos condutores são mandados parar para que os carros que circulam na localidade sejam revistados.
Alguns veteranos do Fórum acreditam que esta pequena localidade helvética é o sítio ideal para chegar longe na vida. Entre a lista de conselhos para os participantes encontram-se os seguintes: “Há muitos momentos em que lhe custa a acreditar que conheceu mesmo alguém que sempre quis”; “Não encha a agenda com encontros. Perde a interação e o ambiente”; “Há clientes, media, empresários e governantes, fechados num único local.”
Criado em 1971, o Fórum Económico Mundial reúne todos os anos centenas de participantes, entre empresários, líderes políticos, economistas e representantes da sociedade civil, numa estância de esqui nos Alpes Suíços transformada em centro de conferências internacionais durante uma semana. Este ano, foram mobilizados 5.000 militares para garantir a segurança em torno do evento, anunciou o Governo suíço.
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