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Ministro do Ambiente: Construção da central de hidrogénio em Sines arranca no início de 2021

Matos Fernandes destacou o investimento superior a 3.000 milhões de euros até 2030, apoiado “por fundos europeus e por financiamento do Banco Europeu de Investimento”, para “produzir um máximo anual de 175 mil toneladas de hidrogénio”.
  • Cristina Bernardo
19 Fevereiro 2020, 12h31

A central de hidrogénio em Sines vai posicionar Portugal como “exportador de energia verde”, segundo o ministro do Ambiente e da Ação Climática. O projeto deve arrancar a sua construção em 2021, avançou hoje João Pedro Matos Fernandes no Parlamento. Mas a produção de hidrogénio verde só deverá arrancar em 2025, conforme avançou anteriormente o promotor, a Resilient Ventures.

“Queremos arrancar, no início do próximo ano, com o projeto de produção de hidrogénio verde à escala industrial em Portugal”, afirmou o ministro em audição na comissão parlamentar de Ambiente.

Como vantagens estratégicas, Sines tem um “bem apetrechado porto de águas profundas; um preço de energia elétrica solar entre os mais baixos do mundo; terrenos do Estado disponíveis para instalar o complexo industrial de hidrogénio; uma rede de abastecimento de gás natural”, destacou o governante.

“A produção de hidrogénio no nosso país reduzirá as importações e a dependência energética, reforçando a segurança energética em Portugal e na União Europeia. Posiciona o nosso país como exportador de energia verde e descarboniza a indústria, os transportes e o aquecimento. Dinamiza a indústria e dá novos usos à infraestrutura de gás natural de que o país dispõe”, sublinhou o ministro, segundo uma versão escrita do seu escrito.

O ministro destacou o investimento superior a 3.000 milhões de euros até 2030, apoiado “por fundos europeus e por financiamento do Banco Europeu de Investimento”, para “produzir um máximo anual de 175 mil toneladas de hidrogénio”.

No seu discurso, Matos Fernandes também apontou que o hidrogénio verde não se vai resumir a Sines: “Haverá projetos de escala variável, dispersos pelo território, estando o Governo a preparar um plano de ação para o hidrogénio, no qual o apoio à produção descentralizada será uma das prioridades. Juntamente com a nova legislação sobre comunidades de energia, a produção descentralizada de hidrogénio é uma oportunidade para atrair investimento para o interior, permitindo a cada território tirar o melhor partido dos seus recursos endógenos”.

Produzir hidrogénio verde em Sines para exportar para o norte da Europa

O promotor do projeto é a Resilient Ventures, liderada pelo holandês Marc Rechter, que reside em Portugal há vários anos. Os próximos passos passam por fechar financiamentos públicos e privados, incluindo apoios europeus em Bruxelas.

“Queremos posicionar Sines como o centro principal de hidrogénio do sul da Europa. Queremos apresentar o projeto [na Comissão Europeia] o mais rapidamente possível”, disse Marc Rechter em entrevista ao Jornal Económico no dia 7 de fevereiro.

O projeto prevê a construção de uma fábrica de electrolisadores em escala industrial, outra fábrica para produzir painéis solares fotovoltaicos, uma central solar e uma central de hidrogénio verde.

O objetivo é produzir hidrogénio verde em Sines, a partir de energia renovável, para depois ser transportado em estado gasoso para o norte da Europa. E para que serve este hidrogénio? “É usado nas refinarias, nas indústrias do aço, cimenteira, farmacêutica, de vidro, fertilizantes”, explicou Marc Rechter, apontando que estes setores usam atualmente hidrogénio cinzento e que estão a procurar alternativas menos poluentes.

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