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Miranda Sarmento contra-ataca: “Gostaríamos de poder analisar os números do PS, mas infelizmente não são públicos”

Mário Centeno atacou as contas do PSD, mas o responsável pelo cenário macroeconómico dos sociais-democratas respondeu. “As nossas contas e o nosso cenário macro e orçamental é público e debatível. O que não podemos dizer do programa do PS”, disse.
1 Outubro 2019, 15h45

O ‘duelo’ entre os responsáveis pelo desenho do cenário macroeconómico do PS e do PSD continua. Depois de Mário Centeno ter atacado as contas dos sociais-democratas, esta quarta-feira, Joaquim Miranda Sarmento, co-responsável pelo programa económico do PSD, respondeu ao adversário, acusando os socialistas de não revelarem o cenário macro e orçamental.

“O Ministro das Finanças Mário Centeno prefere fazer conferências de imprensa para criticar o programa económico do PSD. Não divulga, explica e esclarece o programa económico do Partido Socialista. Também não está disponível para o debate, apesar de afirmar com tanta certeza sobre os «eventuais erros» do programa do PSD”, disse Joaquim Miranda Sarmento, num artigo publicado no site do PSD.

“As nossas contas e o nosso cenário macro e orçamental é público e debatível. O que não podemos dizer do programa do PS”, acrescenta.

Na terça-feira, numa ação de campanha, em formato de conferência de imprensa, Mário Centeno considerou que o cenário macroeconómico que serve de base ao programa dos sociais-democratas se irá traduzir num “regresso aos retificativos” e aos “défices excessivos“. Esmiuçando as contas dos adversários, Centeno considera que do lado da receita “faltam 3.900 milhões de euros por explicar no cenário do PSD” e que existe um “subfinanciamento em 2.750 milhões de euros” na despesa prevista.

Miranda Sarmento sublinha que no cenário no qual os sociais-democratas baseiam o seu programa, o crescimento económico de 2020 e 2021 é igual ao do Programa de Estabilidade e “em 2022 o crescimento previsto é superior em 0,2% e em 2023 é superior em 0,4%”, destacando que “o Ministro das Finanças, em entrevista ao jornal Público, em julho, que as previsões económicas do PSD eram «realistas»”.

“O Ministro das Finanças falou que faltam 2,4 mil milhões de euros de despesa no cenário do PSD para acomodar as promessas do programa do PSD. Mas o Ministro das Finanças ignora que nas principais componentes da despesa no cenário do PSD seguem o cenário do CFP [Conselho de Finanças Públicas]”, acrescenta.

“Recomendamos ao Ministro das Finanças que veja a conferencia de imprensa do PSD do dia 18 de julho e analise com cuidado os números do nosso programa. Gostaríamos muito de poder analisar os números do Partido Socialista, mas infelizmente não são públicos”, conclui.

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