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“Mobilizar uma equipa com várias competências é o maior desafio das startups”, diz professor da Nova

O Programa de Empreendedorismo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova começa esta terça-feira. Lisboa recebe Frank Rimalovski, diretor do Instituto Empreendedor da New York University, para dar ‘luzes’ aos alunos sobre como materializar uma ideia.
  • DR
21 Janeiro 2020, 07h53

Longe vão os anos de dinamismo na criação de spin-offs (startups oriundas dos campus universitários) em Portugal, porque a preocupação – europeia e nacional – passou a ser essencialmente fazer com que essas startups ganhem escala global. Para António Grilo, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT Nova), o futuro nas empresas made in academia poderá passar pela interligação de negócios suportados por plataformas digitais em áreas como as ciências da vida, nanotecnologia, novos materiais ou inteligência artificial.

Para impulsionar este ecossistema e mostrar aos alunos como funciona o processo de criação e materialização de uma ideia, a FCT Nova apresenta esta terça-feira mais um programa de empreendedorismo académico, que reunirá mais de mil participantes. “O desenvolvimento e crescimento de spin-offs de âmbito universitário é, muitas vezes, mais complexo, pois em muitas áreas científicas as spin-offs que surgem implicam grandes investimentos de capital e demoram muitos anos no desenvolvimento do seu produto”, afirma o docente ao Jornal Económico (JE).

O porta-voz da faculdade Caparica garante que, ao longo de 2020, a FCT vai fazer um “grande esforço” para encontrar ideias de negócio inovadoras que resultem da investigação e que possam, de facto, ser transformadas em spin-offs. Os seus ‘braços-direitos’ serão o parque tecnológico Madan Parque e as empresas de venture capital.

Empresas portuguesas juntam-se ao programa de empreendedores

O tecido empresarial português também irá colaborar nesta iniciativa, através de patrocínio e/ou mentoria nas aulas práticas, como é o caso da retalhista Jerónimo Martins, da empresa de robótica e automação Introsys ou da consultora informática Asseco PST, que colocarão desafios concretos aos alunos para que estes possam desenvolver soluções. No total são cerca de 150 organizações, que podem envolver-se no programa até à quinta semana do curso.

António Grilo lembra que “passar da ideia a uma startup é um longo processo, com muitas variáveis que condicionam o sucesso”. “A mobilização de uma equipa com um mix competências ideal é o maior desafio que qualquer startup enfrenta, pois, muitas vezes, quando se começa um projeto desta natureza, os fundadores das empresas não têm esse mix de competências necessárias (desenvolvimento de produto, marketing e comercial, financeira…) e têm muita dificuldade em reconhecer as suas lacunas”, refere ao JE o coordenador do programa de empreendedorismo da Nova FCT.

Neste programa, os alunos da FCT e da SBE (1º ano do mestrado, 4º ano do mestrado integrado ou programas doutorais) estarão divididos em 200 equipas e contarão com uma equipa de 17 professores (ligados ao ecossistema empreendedor da faculdade, designado “Nova TechShip”). Segundo o mesmo responsável, os conteúdos teóricos são visualizados pelos alunos antes das aulas práticas através de 31 vídeos, para que na sala os professores possam dar sobretudo apoio ao desenvolvimento do projeto.

Na grande finalíssima, que se realizará no auditório da faculdade, cerca de 70 representantes de empresas irão escolher os três melhores projetos de entre 12 finalistas. “Neste dia, temos 60-80 equipas que não sabem que estão no grupo das 12 melhores, que serão chamadas a realizar os elevator-pitch. São as pessoas das empresas que as selecionam efetivamente”, salienta o professor.

O programa da FCT Nova começa esta manhã uma palestra de Frank Rimalovski, diretor executivo do Instituto Empreendedor da New York University (NYU) e gestor do NYU Innovation Venture Fund. Para António Grilo, este era o orador “óbvio”, por estar à frente do movimento de startups na NYU e ter conhecimento para partilhar com os alunos de Portugal.

O júri desta edição ainda não é conhecido, mas deverá ser composto por figuras ligadas a sociedades de capital de risco, à semelhança do que aconteceu anteriormente – quando Alexandre Barbosa, fundador e managing partner da Faber Ventures, ou Stephan Morais, sócio da Indico Capital Partners, fizeram parte do leque de jurados.

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