O candidato presidencial Venâncio Mondlane acusou um agente da polícia moçambicana de o tentar assassinar, no distrito de Zavala, província de Inhambane, sul do país, mas a corporação rejeitou hoje as alegações.
“Foi uma tentativa de assassinato do candidato do povo”, afirmou Mondlane, numa declaração divulgada na rede social Facebook.
O político avançou que, na noite de domingo, o membro da polícia, à paisana, “tentou bruscamente” aproximar-se pelas costas, tendo sido imobilizado e arrancada a arma que trazia, com 15 balas.
Mondlane adiantou que a arma foi entregue pela Coligação Aliança Democrática (CAD) à procuradoria local, mas que o polícia “escapuliu-se”.
“Mandei uma mensagem para a Procuradoria-Geral da República, (…) isto foi claramente uma tentativa frustrada de assassinato”, acrescentou.
Em conferência de imprensa hoje, a porta-voz da polícia na província de Inhambane considerou falsas as acusações de Venâncio Mondlane, referindo que o agente da polícia estava escalado para garantir a segurança da pré-campanha da CAD.
“No dia 09, por razões inconfessáveis a CAD esbulhou [arrancou] a sua arma [do polícia], com alegações de atentado, o que não constitui verdade”, disse Bata.
O polícia “encontrava-se no meio de uma multidão em missão de segurança e proteção da passeata” de pré-campanha eleitoral, avançou.
“O colega estava devidamente escalado, a segurança foi garantida e o candidato, neste momento, encontra-se no distrito de Gaza e a arma agora está no comando”, enfatizou a porta-voz da polícia em Inhambane.
Nércia Bata declarou ainda que o destacamento do polícia resultou de um pedido da CAD para a proteção da pré-campanha de Venâncio Mondlane.
A polícia fez-se presente, através de patrulhas motorizadas, a pé e à paisana, acrescentou.
Venâncio Mondlane concorre à Presidência de Moçambique como independente, após o Conselho Constitucional (CC) excluir, em princípios de agosto, em definitivo, a coligação CAD, que o tentava apoiar.
Mondlane foi candidato pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) nas eleições municipais de 2023 à autarquia de Maputo, abandonou o partido em que militava desde 2018 – e o cargo de deputado para o qual tinha sido eleito -, depois de não ter conseguido concorrer à liderança do maior partido da oposição no congresso realizado em maio.
Além de Mondlane, concorrem à Ponta Vermelha (residência oficial do chefe de Estado em Moçambique) Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, e Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar.
Moçambique realiza em 09 de outubro as eleições gerais, incluindo presidenciais, legislativas e provinciais.
O atual Presidente, Filipe Nyusi, não vai concorrer no escrutínio, por já ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.
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